ATA DA DÉCIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 27-02-2013.
Aos vinte e sete dias do
mês de fevereiro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos
vereadores Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga, Mônica Leal, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia, Séfora Mota e
Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores
Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, Luiza Neves, Marcelo Sgarbossa,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo
Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi
encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 009/13 (Processo nº 0396/13), de
autoria do vereador João Derly. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
001/13, dos vereadores Moisés Pertile e Vasco Gwiazdeczki, Presidentes,
respectivamente, das Câmaras Municipais de Veranópolis – RS – e de Carlos Gomes
– RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores João Carlos Nedel,
Séfora Mota, Prof. Alex Fraga, Alberto Kopittke, Delegado Cleiton, Jussara
Cony, Tarciso Flecha Negra, Alceu Brasinha e Sofia Cavedon. Na oportunidade, a
vereadora Jussara Cony procedeu à entrega, à senhora Presidenta, de cópia da
programação da Semana da Mulher na Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze
horas e treze minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Valter
Nagelstein, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, do dia
onze ao dia dezenove de março do corrente. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Reginaldo Pujol, solicitando o adiamento, por uma Sessão,
da discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/12 (Processo
nº 0473/12). Em prosseguimento, foi rejeitado Requerimento verbal formulado pelo
vereador Idenir Cecchim, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, por oito votos SIM, dezoito votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Airto Ferronato,
Pedro Ruas, Idenir Cecchim e Airto Ferronato, em votação nominal solicitada
pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha,
Clàudio Janta, Idenir Cecchim, Lourdes Sprenger, Professor Garcia, Séfora Mota,
Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein, votado Não os vereadores Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Guilherme Socias
Villela, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Luiza Neves, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulo Brum,
Pedro Ruas, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção o vereador
Delegado Cleiton. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do
vereador Alberto Kopittke, deferido pelo senhor Presidente, solicitando a
retirada de tramitação do Requerimento nº 044/13 (Processo nº 0750/13). Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 043/13 (Processo nº 0710/13), após ser
encaminhado à votação pelos vereadores Luiza Neves, Jussara Cony, Séfora Mota,
Alberto Kopittke, Mônica Leal, Any Ortiz, Valter Nagelstein, Clàudio Janta e
Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 011/12 (Processo nº 1040/12), em sua parte
vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por seis votos SIM, quatorze
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pela vereadora Sofia Cavedon e
pelos vereadores João Derly e João Carlos Nedel, tendo votado Sim os vereadores
João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e
Tarciso Flecha Negra, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol, Séfora Mota e Waldir Canal e optado pela Abstenção o vereador Idenir
Cecchim e a vereadora Lourdes Sprenger. Na ocasião, a vereadora Sofia Cavedon
formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no
pronunciamento do vereador João Carlos Nedel, no encaminhamento à votação do
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/12, tendo-se manifestado a
respeito o vereador João Carlos Nedel. Em Discussão Geral e Votação, foi
rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 035/11 (Processo nº 1216/11),
considerando-se mantido o Veto Total oposto, por cinco votos SIM e dezoito
votos NÃO, após ser discutido pela vereadora Jussara Cony e pelo vereador Prof.
Alex Fraga, tendo votado Sim os vereadores João Derly, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e Não os vereadores Airto
Ferronato, Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Luiza Neves,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 055/12
(Processo nº 0650/12), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por cinco
votos SIM, quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos
vereadores João Derly, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Idenir Cecchim e
Prof. Alex Fraga, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Prof. Alex
Fraga, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra, votado Não os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Clàudio Janta,
Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Lourdes
Sprenger, Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila
e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção o vereador Idenir Cecchim. Às
dezessete horas e vinte e seis minutos, a senhora Presidenta declarou encerrada
a Ordem do Dia. Após, foram apregoados os seguintes Memorandos, de autoria do
vereador Dr. Thiago, informando que Sua Excelência estará em representação
externa deste Legislativo: nº 011/13, amanhã, em eventos alusivos ao nascimento
do Presidente João Goulart, no Município de São Borja – RS –; e nº 012/13, no
dia três de março do corrente, na cerimônia de entrega do Troféu Brasil –
EXPODIRETO –, às personalidades e entidades destaques do agronegócio em 2013,
no Município de Carazinho – RS. Também, foi apregoado Ofício nº 048/13, de
autoria do vereador Professor Garcia, informando que estará ausente na Sessão
Ordinária de amanhã. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram: os
Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 002, 001 e 003/13, os
dois últimos discutidos pelo vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 136, 165 e 191/12, os dois últimos discutidos pelo
vereador Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador
Reginaldo Pujol. Durante a Sessão, os vereadores Clàudio Janta, João Derly e
Tarciso Flecha Negra manifestaram-se acerca de assuntos diversos e foi
registrada a presença, neste Plenário, da senhora Débora Heineck,
Diretora-Supervisora Pedagógica do Colégio Metodista Americano. Às dezessete horas e quarenta minutos, a
senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago,
Waldir Canal, Sofia Cavedon e João Carlos Nedel e secretariados pelo vereador
João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Informo aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras que
esta tarde consta de dois momentos: a manifestação das Lideranças e, na sequência,
a abertura da Ordem do Dia. Portanto, aguardo manifestações. (Pausa.) O Ver.
João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente Sofia Cavedon, Vereadores e Vereadoras, eu uso a
Liderança hoje, especialmente para convidar os Vereadores, as Vereadoras, as
pessoas que nos assistem, o povo de Porto Alegre, para a Audiência Pública que
será realizada no dia 11 de agosto, nesta Casa, no Plenário Otávio Rocha, para
discutirmos a expansão da pista do Aeroporto Salgado Filho. Estamos próximos à
Copa, a um ano e alguns meses da Copa. A pista do Aeroporto – a sua expansão –
está prevista há mais de 20 anos, nós todos ficamos aguardando, esperando a
definição e as coisas não acontecem. Primeiro, houve a retirada da Vila Dique,
exatamente nos fundos do nosso Aeroporto; foi efetuada a retirada da Vila
Dique. O Governo do Estado também desapropriou parte de uma vila ao lado. Ou
seja, recursos foram investidos do Município, do Estado, demos uma dignidade às
pessoas, aos moradores da Vila Dique, com casas novas, adequadas. Então, todos esses investimentos feitos. O projeto está pronto, Ver.ª
Séfora, já foram feitos três projetos, sendo que os dois primeiros não foram
aprovados, e o terceiro já foi devidamente aprovado, é uma opção importante de
redução de custos. E nós precisamos definir, com urgência, essa construção.
Há uma solicitação do
entorno de Porto Alegre para a construção de um novo aeroporto na área
Metropolitana. Ninguém deve ser contra essa construção, acontece que Porto
Alegre não deve abrir mão da expansão da pista do Salgado Filho. Há um prejuízo
enorme para a nossa economia que, há anos, o Estado suporta. Há um prejuízo
para o turismo de Porto Alegre, porque aviões mistos, de carga completa, passageiro
e carga, não são permitidos pousarem em nosso Aeroporto, porque a pista precisa
de uma extensão. Então, é urgente que esta Casa, que a sociedade, que o Governo
do Estado, que os nossos Deputados Federais, Estaduais e Senadores tenham uma
posição firme pela expansão da pista do nosso Aeroporto. É uma vergonha para
esta Cidade, é uma vergonha para o Rio Grande do Sul estarmos nestas condições,
justamente quando a expansão do transporte aéreo é uma realidade. E Porto
Alegre caminha a passos de tartaruga, pior ainda, a passos de caranguejos:
alguns vão para frente e outros ainda puxam para trás.
Então, fica o convite
para o dia 11 de março, às 19h, aqui no Plenário Otávio Rocha. Vamos colocar a
posição de Porto Alegre, exigindo das autoridades investimentos na pista do
nosso Aeroporto Salgado Filho. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Ver.ª Séfora Mota está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SÉFORA
MOTA: Boa-tarde, queridos colegas, estou falando bem alto para todo mundo
prestar atenção. Bom, eu não uso muito esta tribuna, eu acho que só usei uma
vez, mas com o hábito a gente vai usando cada vez mais e participando mais. Eu
quero usar esta tribuna hoje para agradecer o carinho que recebo do povo
porto-alegrense, que foi um povo que me abraçou; é o povo que eu abracei e é o
meu povo, é por quem eu trabalho, foram eles que me colocaram aqui. Então, toda
a minha dedicação e respeito ainda são pouco perto de tudo que eles precisam. É
um povo carente, mas a gente sabe que nós temos um Governo que está muito
empenhado, está comprometido em fazer com todos e por todos.
Eu quero agradecer, em especial, o carinho dos
funcionários desta Casa, que me receberam de braços abertos e que estão sempre
muito empenhados em me ajudar em tudo. Porque eu não tenho vergonha de pedir,
não passo aperto. Eu trabalho com o lado social, e a minha maneira de ver e
fazer política é ainda de uma mãe, eu sou uma mãezona. Então, eu acolho, eu me
preocupo, me comprometo e, às vezes, a gente acaba sofrendo, porque a gente
sabe que as dificuldades são grandes, mas a gente, aqui, tem pessoas muito
engajadas. Eu tenho colegas que são engajados com o povo e é assim que nós
temos que pensar política daqui para frente para acabar e tentar minimizar a
pobreza, minimizar o crescimento absurdo das drogas, com políticas eficientes.
Não adianta nós aqui só criarmos leis, porque essas leis não vão ser aplicadas,
essas leis são difíceis de serem aplicadas no nosso dia a dia, no nosso contexto.
Nós precisamos de leis que sejam autoaplicáveis e usar o nosso poder
fiscalizatório, que é um poder muito importante.
Eu estive visitando, ontem, a Vila Pedreira, e na
sexta-feira estarei lá novamente, às 18h30min. Convido os colegas que quiserem
ir também. Nós temos vários problemas e vamos sair pelo Bairro para conversar
com a população e saber quais são os problemas para a gente poder levar direto
para o nosso Secretariado, para o nosso Prefeito que está sempre de portas
abertas. Eu confio no Governo, eu sei que a gente vai fazer muito.
Hoje de manhã, eu estive na primeira aula, na aula
inaugural de 2013 da EMEF Nossa Senhora do Carmo, na Restinga, e fiquei
encantada – porque eu sei que é uma luta que já vem há muito tempo, aquelas
pessoas precisam disso, e eu acho que a gente ainda pode fazer muito mais – ao
ver aquelas crianças e ver como ficou linda aquela escola e como ela está sendo
bem utilizada. Porque é uma escola que tem turno integral, tem o turno inverso,
tem o EJA. Então, a gente tem que chamar a comunidade para participar junto com
a gente. Não é só entregar a escola, é entregar a escola e dizer: venham e
aproveitem, cuidem, é de vocês, é para vocês.
Falando em Restinga, hoje eu recebi o jornal da
Restinga, e eu quero só fazer um aparte, porque isso já é um tema antigo
também. Uma outra reivindicação na Restinga é que eles lançaram a campanha
Lotação Já, que está visando arrecadar 10 mil assinaturas para a gente levar ao
Prefeito, e eu já me coloquei à disposição para entregar junto ao nosso
Prefeito, porque eu acho que eles precisam, ali eles sofrem realmente com o
nosso transporte público, e a gente tem que melhorar a qualidade dos nossos
serviços, principalmente. Bom, eu quero agradecer a todos vocês, a maioria tem
me ajudado bastante, e eu acho que deve ser assim: trabalhar juntos,
independente de Partido, independente de ser oposição ou situação. Eu sempre
digo: eu sou povão e eu acho que a gente tem que trabalhar é para o povo, com o
povo e para o povo. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (SOFIA CAVEDON): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Obrigado, Ver.ª Sofia Cavedon, que preside a Mesa. Boa-tarde a todos,
colegas Vereadores, público que nos assiste e que está presente nas galerias.
Falando em meu nome, Prof. Alex Fraga, em nome do Ver. Pedro Ruas e da Bancada
do PSOL, venho aqui fazer um alerta muito grave: Porto Alegre está em meio a
uma iminente epidemia de dengue. Por incrível que pareça, estamos no final da
estação do verão – o verão é a estação da doença –, estamos no final desse
período e, mesmo assim, temos um aumento significativo no número de casos em
nossa Cidade. Agradeço ao Ver. Pedro Ruas por este espaço para poder alertar o
nosso Prefeito, o seu Secretário da Saúde e toda a Bancada governista acerca
desse problema, que já foi noticiado ontem, muito bem, pelos meios de
comunicação.
Alguns dados nós temos agora confirmados: são 24
casos de dengue em Porto Alegre, sendo 10 deles contraídos aqui. É o que
chamamos de doença autóctone, que é aquela contraída na localidade onde o
indivíduo vive. Os demais casos – os outros 14 – foram contraídos em outras
localidades, como em excursões, em viagens de turismo. Por exemplo: o
porto-alegrense sai da Cidade, vai curtir o carnaval do Rio de Janeiro, contrai
a doença lá e a traz para a Cidade. Aqui, o mosquito, ao picar essa pessoa,
contrai a doença e age como um agente de disseminação, um vetor da enfermidade.
Sendo assim, ele a poderá passar a todas as pessoas com quem entrar em contato
ao sugar o seu sangue. Temos aí um perigo em nossa porta!
A Prefeitura Municipal precisa colocar todas as
equipes disponíveis da Secretaria da Saúde e, talvez, disponibilizar agentes de
outras áreas, de outras Secretarias, para fazermos, primeiro, a conscientização
da população, o combate efetivo ao mosquito transmissor da doença, porque, caso
contrário, esse quadro poderá piorar, e muito.
Existem 54 suspeitas da doença; pessoas que podem
também estar contaminadas e que poderão contaminar os nossos mosquitos, que
agirão como vetores do mal, da enfermidade. Portanto, eu uso este espaço para
fazer este alerta. Não adianta, depois, reclamarmos que “Ah, isso é da
natureza, isso acontece em todo lugar, nós não temos como controlar”. Temos,
sim: conscientização, educação da população, campanhas de amplo espectro para
justamente deixarmos todos atentos, porque podem ser também agentes no combate
desse problema, certo? A população porto-alegrense tem que ser alertada, e eu ouvi
poucos pronunciamentos da Prefeitura, que poderia usar melhor os espaços da
mídia para alertar a população. Então, eu deixo aqui o meu alerta, a minha
preocupação.
Mais um dado: no Rio Grande do Sul, em 2013, nós
tivemos um aumento de 550% – 550%! – do número de casos de dengue. Isso é
assustador!
Uma boa tarde a todos e vamos combater os males que
afligem a nossa Cidade. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Boa-tarde a todos os colegas de Plenário, à Ver.ª Sofia Cavedon, que
preside a Sessão, aos amigos que estão nas galerias; agradeço a todos que nos
assistem pela presença.
Antes de iniciar a minha fala, quero também
reiterar a preocupação trazida corretamente pelo Ver. Prof. Alex, que acaba de
apresentar esse tema da dengue, que é um tema que preocupa todos nós. Temos que
nos unir para enfrentá-lo. Esse também é um tema muito relacionado à limpeza
urbana – não é, Prof. Alex? –, à implantação das Equipes de Saúde da Família, à
assistência básica na Cidade, que é fundamental e que tem consequências. O
aumento de casos de dengue é uma das consequências desse conjunto de problemas
que todos nós temos que trabalhar para superar na nossa Cidade.
Eu venho à tribuna, em nome do Partido dos
Trabalhadores, trazendo essa cartilha que foi apresentada em São Paulo, na
semana passada, pelo ex-Presidente Lula e pela Presidente Dilma Rousseff. São
dez anos do Governo Federal, não só do Partido dos Trabalhadores, mas de
inúmeros Partidos, que, inclusive, compõem a Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, porque governamos juntos o nosso País. É um momento de comemoração de
todos aqueles que, desde 2002, vêm apostando num novo modelo de desenvolvimento
do nosso País e que nos proporcionou uma imensa ruptura com o modelo neoliberal
implantado até então no País, com resultados constantes nessa cartilha. Convido
todos que nos assistem aqui para que acessem esses números que comparam a
década de 1990 com esses dez anos do Governo Federal. E eu trago aqui a título
de exemplo, porque, na época, Ver.ª Sofia, muito se questionou que um
trabalhador chegasse à presidência do nosso País, uma pessoa que não tinha o
título de Ensino Superior. Havia muito preconceito naquele momento e muitos
questionamentos, colocando medo, inclusive, na sociedade brasileira do que
representaria a chegada do Presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores à
Presidência da República.
O que nós vemos, só para fazer uma pequena
comparação aqui, nos dez anos anteriores: uma inflação de 106% acumulada. No
outro período, o do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, uma inflação de 76%.
A dívida pública no Governo Fernando Henrique, do PSDB e do Democratas, teve um
aumento de 143%, enquanto que no período do Presidente Lula nós tivemos uma
redução de 41% da dívida pública. Vejam: de um aumento de 143% para uma redução
de 41%. Isso sem falar da geração de emprego, do aumento da parcela do salário
dos trabalhadores no PIB, só para dar mais esse exemplo. Durante o Governo
Fernando Henrique, nós tivemos uma redução da parcela salarial no PIB de 7%,
enquanto que no Governo do Presidente Lula nós tivemos um aumento da massa
salarial em relação ao PIB de 9%. E o salário mínimo, que durante o Governo
Fernando Henrique teve um crescimento de 29%, na gestão do Presidente Lula teve
um aumento de 70%.
Então, é o momento de o País refletir e saudar essa
opção, porque é graças a ela que o nosso País não está mais de joelhos perante
o Fundo Monetário Internacional, não está mais seguindo a cartilha do Consenso
de Washington, e se tornou uma grande referência para o mundo. E esse não é um
mérito, como eu disse no início, apenas do PT; esse é um mérito de toda a base
que compõe hoje o Governo Dilma e que, com certeza, vai seguir governando este
País e fazendo tão bem, inclusive para Porto Alegre, proporcionando esse
momento de crescimento, na nossa Cidade, da geração de emprego. Nós estamos
vivendo um momento com 4% de desemprego em Porto Alegre. Então, essa é a
realidade que os brasileiros querem que perdure e que nós possamos seguir, não
apenas acabando com a miséria, como a Presidenta Dilma anunciou para setembro,
porque isso é apenas o início dessa grande transformação que nós estamos
fazendo em todo o Brasil e em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Peço licença.
Sinta-se aplaudido, Ver. Kopittke, aqui nos representando.
Gurias, mulheres, Vereadoras da Capital, franqueio
a palavra a Vossas Excelências.
A SRA. JUSSARA
CONY: Nós, todas Vereadoras, aproveitamos o momento em que V. Exa. está na
presidência da Mesa para entregar a esta Casa a programação construída por
todas as Vereadoras, e com a participação de Vereadores também, para a Semana
da Mulher. Gostaríamos de poder nos dirigir à mesa e entregar o Programa a
Vossa Excelência.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu recebo a programação com muita honra e com
muito orgulho.
(Procede-se à entrega da programação.) (Palmas.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A partir da entrega desta programação, feita
através de uma construção conjunta, a passaremos ao Presidente para que a Casa
a divulgue na TVCâmara, no seu site,
para que todos os Vereadores – que nós sabemos que são feministas, que assumem
pautas de gênero – possam mobilizar as suas mulheres. Cinco de março, às 14h, é
a abertura das exposições fotográficas na Câmara; dia sete, às 14h, teremos
Tribuna Popular com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; às 14h20min,
teremos o período de Comunicações Temático sobre Políticas Públicas para as
Mulheres e a Reforma Política, tema que interessa a todos os Vereadores; nesse
mesmo dia, das 17h até 21h, no nosso Teatro Glênio Peres, o sarau poético e
cultural. Dia 8 de março, vamos visitar a Penitenciária Feminina Madre
Pelletier, com o grupo Viva Palavra; às 14h, teremos a cerimônia de inclusão
das fotografias das ex-Vereadoras, com a apresentação da banda Símbalo Sonoro e
grupo Viva Palavra, no saguão do Plenário Otávio Rocha, homenageando as nossas
ex-Vereadoras; às 15h, Sessão Solene em homenagem ao Dia Internacional da
Mulher, proposta pela Mesa Diretora e pelas mulheres Vereadoras; às 17h, a
Câmara de Vereadores se integra à Caminhada Unificada das Mulheres, no Largo
Glênio Peres, e, no dia 10 de março, convidamos todos a participarem do Câmara
na Praça, que se realizará no Brique da Redenção, às 10h, com a exposição
fotográfica Julieta Battistioli e o Grupo Viva Palavra; faremos um sarau na
praça, também nos aproximando das mulheres, na Redenção. Então, parabéns ao
conjunto das mulheres dos diferentes Partidos que unificam sua atuação pela
causa do gênero.
O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público,
funcionários, é com prazer que subo, mais uma vez, a esta tribuna e hoje para
falar sobre o início do ano letivo. Hoje, estive na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Nossa Senhora do Carmo, juntamente com alguns Secretários, Vereadores,
com o nosso Prefeito José Fortunati e a Secretária de Educação, para
constatarmos a bela obra que está sendo feita lá. A gurizada estava feliz pela
volta às aulas, e a nossa Restinga merece que tenha ocorrido essa solenidade
naquele bairro. Estivemos presentes na inauguração de várias salas, do complexo
de esporte e da inauguração e amostragem do novo uniforme escolar para as
crianças daquela comunidade.
Vereador Prof. Alex, eu, quando tinha 17, 18 anos,
era Presidente de Grêmio Estudantil, lutei e tirei o uniforme de uma escola,
fiz com que acontecesse a primeira greve dentro daquela escola, inclusive no período da ditadura militar. E, hoje, com 50 anos, revejo as minhas
atitudes e o lançamento desse uniforme para as crianças tem hoje outro sentido.
Naquela época já não tinha, o sentido de perder a rebeldia, mas hoje é para
segurança das crianças, identificando-as quando vão e voltam da escola, mas,
mais do que isso, igualar as classes dentro das nossas escolas. O uniforme tem
esse sentimento: o de que todos são iguais ali dentro. Então, eu aplaudo a
atitude do Governo, nesse ato até simbólico, de fornecer uniformes às crianças.
Estive também
percorrendo, fui na Escola Municipal Prof. Larry José Ribeiro Alves, também na Restinga, onde
encontrei o Diretor Carlos Aigner e o Profº Cássio – um amigo já de longa data
–, que me apresentaram aos professores daquela Escola. Lá me voltou a esperança
da Educação, algo que eu tenho como norte assim como o meu Partido. Sou um
profissional da Segurança e acho que Segurança pública só se faz com educação e
transformação do cidadão.
E, hoje, naquela
Escola, eu vi o sentimento daqueles professores, independente do salário,
independente das condições, muitos dos professores lá vêm de outros Municípios,
vêm de outros bairros. E aqueles professores repassam àquela comunidade, aos
alunos, aos pais, um sentimento de que não é só chegar na sala de aula, abrir o
livro e pedir para que as crianças copiem; o professor, o verdadeiro mestre,
que repassa educação, que repassa cultura e repassa sentimentos de moral, de
cidadania e de autoestima àqueles alunos.
Então, em nome dos
professores daquela Escola, eu parabenizo os demais professores da rede pública
de Porto Alegre. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.
Delegado Cleiton.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, queremos lhe
informar que entregamos à Vereadora Sofia, quando na presidência, a programação
que V. Exa. – já desde o primeiro momento em que levamos à Mesa Diretora e à
reunião dos Líderes – assumiu, de que as mulheres da Casa construíssem essa
programação.
E entendemos que essa é uma matéria, uma dinâmica,
e uma semana que envolve a todos nós, a toda a Casa. Muitos Vereadores deram
contribuições, vão trazer as suas relações, as suas ligações com a sociedade,
não só de seus Partidos, mas dos movimentos sindicais, dos movimentos de
mulheres, dos movimentos dos negros, dos movimentos comunitários para a Semana
da Mulher, nesta Casa.
A questão da mulher – sempre repito, porque aprendi
isso na vida, na luta, e dentro do meu Partido, o PCdoB –, é de toda a sociedade.
Nós não precisamos mais dizer que somos a maioria; nós não precisamos mais
dizer que avançamos muito, e, quero trazer aqui, que na semana passada,
comemoramos os 81 anos do voto feminino, que foi uma grande luta das mulheres
brasileiras. E que, à época, foi assumido pelo então Presidente Vargas, que com
a luta das mulheres nas ruas, e homens também, entendeu o significado do voto
da mulher, como o significado do trabalho da mulher, como o significado da sua
participação nas transformações da sociedade.
Então, eu creio que esta Câmara de Vereadores, hoje
com oito Vereadoras, Sr. Presidente, vive um momento diferenciado, fruto da
luta das mulheres nos seus Partidos, na sociedade. Esta Câmara de Vereadores
fez uma programação que está ligada à histórica luta das mulheres brasileiras e
do mundo, está ligada à conquista do voto feminino, e que também dá conta da
história desta Câmara de Vereadores.
E não é por acaso que nós começaremos com a exposição fotográfica da Julieta Battistioli, a primeira Vereadora; teremos
a presença da Dercy Furtado, a segunda Vereadora; e também a presença de
entidades como o Comdim, que tratará de questões como as políticas públicas, a
unidade das mulheres do Rio Grande do Sul, e a reforma política, e também
teremos muitas atividades culturais. Promoveremos uma atividade cultural no
Presídio Madre Pelletier, acompanhados do Presidente Thiago, como médico, e lá
realizaremos uma Sessão Solene para homenagearmos as mulheres que se destacaram
e continuam se destacando aqui na luta de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e
do Brasil. Teremos também a inauguração, no dia 08 de março, das fotos de três
ex-Vereadoras, que muito honraram esta Casa. E eu queria, Sr. Presidente, já da
tribuna, solicitar a V. Exa. que considerasse, nessa Sessão Solene, a
participação dos trabalhadores, homens e mulheres da Casa, com ênfase na
participação das mulheres trabalhadoras desta Casa. Porque também é o momento
de homenagear os trabalhadores desta Casa, na figura das suas mulheres
trabalhadoras, no dia 8 de março. Faço esta solicitação e agradeço a todos os
Vereadores, homens e mulheres, porque construímos juntos esse processo.
Agradecemos às Bancadas e ao Presidente pela receptividade e a pela compreensão
do significado da participação da mulher em todos os lugares, porque lugar de
mulher é em todos os lugares.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado,
Ver.ª Jussara Cony.
O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a todos que nos assistem pela TV
Câmara, são dignos de aplausos o nosso Prefeito e a Secretária Cleci – que
maravilha! Hoje, pela manhã, acordei cedo e tive uma alegria muito grande.
Assim como foi a fala da Séfora, do Cleiton, eu também faço esta fala
parabenizando o Prefeito, a Secretaria de Educação, a Secretária Cleci. Que
maravilha! Isso é um olhar profundo de futuro, é um olhar de país do Primeiro
Mundo.
Eu tive a oportunidade de ver lá na escola, na
Restinga, são lindos os uniformes! Maravilha, Pujol! Eu estive nesta escola em
2008, quando ela ainda era de madeira, toda danificada. E a gente vai lá hoje e
vê essa escola, que alegria a gente fica, porque aquela comunidade ganhou uma
escola maravilhosa. E vou um pouquinho mais adiante: que, na entrega dos
uniformes para essas crianças, seja entregue também o kit escolar que nós aprovamos aqui, Pujol, que tem uma Emenda nesse
Projeto do kit escolar, o Pujol sabe
bem qual é a Emenda, que é a reposição no meio do ano. Que entreguemos também o
kit escolar junto com o uniforme!
Eu vou um pouquinho mais longe, porque o esporte é
inclusão social também. Eu vi naquele colégio uma quadra coberta e, noutro
colégio em que estive também há quadra coberta, e muitos colégios não têm.
Então, Prefeito, eu venho aqui pedir, em nome de muitos colégios que estou
visitando – já visitei 12 escolas municipais –, dos diretores e das suas
comunidades, que a quadra seja coberta, porque a maioria dessas crianças passa
o seu tempo na quadra, praticando o chamado companheirismo, que é o social. É
importante também que tenhamos um olhar para todo segmento da escola: a quadra,
a alimentação saudável para essas crianças, o uniforme. Isso sim é um colégio
de Primeiro Mundo. Eu tenho certeza de que o nosso Prefeito José Fortunati tem
esse olhar pela Educação. Eu o conheço e sei que ele é um Prefeito que vai
olhar muito por suas crianças. E lá eu falava com o Prefeito, dava os meus
parabéns para ele e dizia: “Prefeito, certo, justo, é aí que está o futuro
deste País de Primeiro Mundo. São essas crianças aqui, Prefeito, que amanhã vão
se transformar nos grandes cidadãos da nossa Cidade e do Brasil”. Então, venho
mais uma vez, não sou da oposição, nem da situação, todo o mundo sabe que a
minha luta é uma luta pela inclusão social através do esporte, cultura, lazer.
Essa é a minha luta! A minha bandeira são as crianças. Todos os Vereadores aqui
sabem como eu luto junto com vocês para que a gente tenha uma juventude bonita
e para que, lá na frente, tenhamos pessoas dignas, cidadãos. Eu sou assim, eu
só vejo, Alex, país de Primeiro Mundo se tiver educação. Aí, sim, nós podemos
falar que somos um País de Primeiro Mundo.
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Thiago Duarte; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras;
eu venho a esta tribuna, mais uma vez, Ver Pedro Ruas, para falar sobre o
Projeto que V. Exa. apresentou, cuja ideia é sua, ideia original sua. Mas,
surpreendentemente, me deparo com a Emenda da Ver.ª Sofia. Eu não concordo com
o Projeto do Ver. Pedro Ruas, mas também não concordo com a Emenda da Ver.ª
Sofia Cavedon. Por quê? Ver. Elizandro Sabino, Ver. Paulinho Brum, do meu
Partido; Ver. Cassio, eu não concordo porque, quando a gente tem uma ideia
original para um projeto, esse projeto, por mais que eu seja contra, eu vou
respeitar, porque respeito sempre as boas ideias, Ver. Pedro Ruas. Então, a
Ver.ª Sofia, mais uma vez, se prevalece como Vereadora e apresenta uma Emenda
que quer destinar ao Estádio Olímpico um centro de eventos. Nesta Cidade, tem
vários locais em que podem acontecer eventos, e, Ver. Alberto Kopittke, V. Exa.
sabe disso. O Ver. Mario Fraga falou que, lá na Zona Sul, pode ser lá, tem 52
hectares de terra. E a Ver.ª Sofia, que é da base do Governo, um Governo que
vem fazendo um bom trabalho, uma boa gestão, o Tarso Genro, eu concordo com o
Governo dele, mas quero discordar da Ver.ª Sofia porque ela tem que parar de
pensar no Estádio Olímpico ou na Arena. A espingarda da Ver.ª Sofia está sempre
apontada para a Arena ou para o Grêmio, para Arena ou para o Grêmio, Ver. Pedro
Ruas. E aí surge essa oportunidade de V. Exa. apresentar esse Projeto, e deu
certo o que a Ver.ª Sofia queria.
Ontem à noite, nós tivemos um debate, e o Ver.
Valter Nagelstein foi brilhante, debateu com muito boas ideias. Eu gostaria de
dizer que concordo com o Ver. Valter Nagelstein, porque, Ver. Tarciso, não pode
qualquer coisa acontecer; uma ideia que a Ver.ª Sofia buscou lá no horizonte e
disse: “Ah, é agora que eu vou acertar!” Não é dessa vez! Então, Vereadora,
gosto muito da senhora, tenho muito respeito pela senhora, mas eu discordo do
seu Projeto.
Também quero falar das coisas boas que acontecem na
Cidade, as coisas que vêm acontecendo e que vêm sendo feitas neste Governo,
porque este Governo trabalha muito pela Cidade, é um Governo que pensa no
cidadão, um Governo que pensa no pequeno empresário, um Governo que pensa;
aqueles senhores estão sempre na labuta. Então, eu quero dizer que as coisas
vêm acontecendo, como na SMIC, com o nosso Dr. Goulart à frente, que vem
fazendo um trabalho brilhante. Ele pegou essa Secretaria e está fazendo um bom
trabalho, que começou lá atrás com o Ver. Cecchim, com o Ver. Valter, e agora o
Dr. Goulart vem desempenhando essa atividade muito bem. Ver. Sabino e Ver.
Paulinho sabem o quanto o Goulart tem se dedicado a essa luta de fiscalizar, de
fazer a prevenção para as pessoas que frequentam os locais da Cidade.
Também quero dar meus parabéns para a Ver.ª Séfora
Mota por ter apresentado um Projeto que determina o fim das comandas. Eu acho
que a Vereadora fez muito bem apresentando esse Projeto, Ver.ª Séfora Mota, V.
Exa. está de parabéns porque, realmente, isso vai diminuir muito as filas que
se formam para pagar as contas. Eu acho, Ver. Tarciso, que temos que acabar com
essas comandas porque, em qualquer lugar que a gente vá, tem uma comanda para
pagar. Está certa a Ver.ª Séfora Mota, parabéns pela apresentação do Projeto!
Ver. Pujol, nós estamos na linha certa! Terça-feira
vêm aí os homens lá de fora, nós vamos passar a bola para frente e, certamente,
seremos campeões da Libertadores!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, é com muita
honra, Vereador-Líder da Bancada da oposição Pedro Ruas, que ocupo aqui o
precioso espaço de cinco minutos destinado à oposição. Vou tratar de dois
temas: o primeiro, aprofundando um pouco o que o Ver. Prof. Alex Fraga já
trouxe, é sobre a epidemia de dengue em Porto Alegre. Eu escutava no rádio que
as pesquisas, Prof. Alex – não deu tempo de V. Exa. entrar nesse tema –, estão
indicando que a origem dessa epidemia, a origem principal da epidemia é o lixo
urbano. Eu vou repetir, senhores, porque, toda vez que ouvimos uma notícia, o
tema está relacionado com uma piscina abandonada, ou água nas latinhas, mas a
concentração de lixo urbano, o mau acondicionamento, os focos de lixo têm se
mostrado, pelas pesquisas, pela observação de especialistas, como a principal
causa de proliferação do mosquito que provoca a dengue. Nós estamos com a
Prefeitura anunciando o projeto o DMLU no Bairro; nós vínhamos fazendo debates,
o Ver. Pedro Ruas lembra bem, do fim do Programa Bota-Fora, que foi um programa
fundamental, programa de educação ambiental, um programa que ajudava as
comunidades a se organizar, a retirar aquele lixo maior, e dentre eles estão o
pneu, os vasilhames, esses lixos que juntam água e que ficam a céu aberto,
largados num canto do pátio, na frente de casa, porque as pessoas não têm como
fazer o deslocamento de um lixo maior, e ele não é levado pela coleta
domiciliar do lixo orgânico. Nós vínhamos fazendo esse debate fortemente nos
últimos anos em função dessa redução brutal do bota-fora, da mudança do modelo
de coleta de lixo. Eu vou insistir, porque é uma novidade a proposta do DMLU
nos bairros, e eu me debrucei sobre qual modelo está sendo proposto,
implementado pelo DMLU, mas vejo que finalmente a Prefeitura percebe que esse é
um problema grave na cidade de Porto Alegre e que a total terceirização da
coleta de lixo é que provocou este problema da proliferação dos focos de lixo.
Nós já dissemos várias vezes, os Vereadores que andaram no Câmara na Comunidade
testemunharam, que a empresa terceirizada não entra nos becos, orienta os
moradores para que coloquem o lixo na ponta do beco, não tem caminhão pequeno,
não faz educação ambiental, não faz a coleta diferenciada, não tem compromisso,
de fato, com a coleta séria, conclusiva, inteira do lixo na Cidade.
Então, é preciso mudar a gestão. Um dos elementos
que aqui estão aparecendo é a proliferação do mosquito da dengue, com esta
origem: o lixo urbano. E Porto Alegre não pode errar, neste caso, o foco; é
óbvio que tem que continuar fazendo a conscientização, mas precisa perceber
isso, Ver. Alberto Kopittke, pois são muito graves as consequências da má
coleta de lixo.
Uso o minuto final para tratar do tema do centro de
eventos e do Estádio Olímpico, reforçando aqui o debate que fizemos ontem. Não
é um debate oportunista ou apenas de “gremialização”, Ver. Pedro Ruas, que
levantou esse tema através do tombamento. Nós acrescentamos alguns
ingredientes, a Câmara aprovou uma moção e quer o centro de eventos em Porto
Alegre, e nós queremos que seja tratado com muita seriedade o tema do Olímpico,
porque a implosão pode trazer danos importantes à Cidade, porque a torcida do
Grêmio merece e o Olímpico do Grêmio faz parte do patrimônio cultural do Estado
do Rio Grande do Sul, da cidade de Porto Alegre, e porque a Cidade ganha se
construirmos o uso social daquela área e não um impacto urbano e ambiental de
empreendimentos que, muitas vezes, não têm contrapartida e que vão de encontro
com o destino, com a característica daquela região – do comércio aberto, da
porta da rua, do encontro das pessoas –, de uma Azenha que já é muito
movimentada, muito conflagrada. Nós podemos encontrar uma solução adequada para
todos esses elementos, Ver. Brasinha, explorando a possibilidade que foi
iniciada pelo Ver. Pedro Ruas e que está hoje no debate da Cidade, tanto que
gerou um dos programas Conversas Cruzadas. Nós queremos que esta Casa se
debruce sobre o tema com muito carinho, com muita atenção, para além das
paixões futebolísticas e para além da disputa oposição e situação.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Sofia.
Quero, desde já, anunciar, mais uma vez, o que a
Ver.ª Jussara Cony fez na tribuna com muita propriedade: o programa da Semana
da Mulher da Câmara Municipal de Porto Alegre: no dia 5 de março, às 14h,
Abertura das Exposições Fotográficas da Câmara, promovida pela nossa Escola
Julieta Battistioli, no saguão do
Plenário Otávio Rocha; no dia 7 de
março, às 14h, Tribuna Popular, com o Comdim apresentando Políticas Públicas
para as Mulheres e Participação Política; às 14h20min, Período de Comunicações
Temático: Políticas Públicas para as Mulheres e a Reforma Política; das 17h até
21h, Sarau Poético e Cultural: Viva Palavra e GT Cultura de Porto Alegre, no
Teatro Glênio Peres. No dia 8 de março, primeiro a nossa visita a Penitenciária
Feminina Madre Pelletier, com o Grupo Viva a Palavra, onde também
participaremos de uma palestra de Planejamento Familiar e Saúde da Mulher; às
14h, a cerimônia de inclusão das fotografias das ex-Vereadoras, com a
apresentação da Banda Símbalo Sonoro e do Grupo Viva a Palavra no saguão do
Plenário Otávio Rocha; às 15h, a nossa Sessão Solene, grande Sessão Solene em
homenagem ao Dia Internacional da Mulher; às 17h, a Caminhada das Mulheres, até
o Largo Glênio Peres. No dia 10 de março, às 10h, a Câmara na Praça estará lá
no Brique da Redenção com a exposição fotográfica Julieta Battistioli e o Grupo
Viva a Palavra. Parabéns às mulheres desta Casa.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h13min): Havendo quorum, passamos à
O Ver. Valter
Nagelstein solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período
de 11 de março a 19 de março de 2012. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Reginaldo
Pujol, solicitando adiamento da discussão do PLCL nº 004/12, com Veto Total,
por uma Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. IDENIR
CECCHIM (Requerimento): Solicito que o PLL nº 236/11, com Veto Total, cuja
votação estava priorizada para dia 4 de março, seja votado no dia de hoje.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Idenir Cecchim, que solicita que a votação do PLL nº 236/11, com Veto Total,
seja antecipada para hoje.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento, de autoria do Ver. Idenir Cecchim.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; Ver. Cecchim,
meu estimado amigo e colega; o precedente é bastante perigoso, e isso vem de
longe. Ver.ª Jussara, todas as segundas-feiras, de manhã, meu caro Ver. Paulo
Brum, definíamos quais os projetos seriam votados na segunda-feira, à tarde,
Ver. Cecchim, Ver.ª Sofia, e quais os projetos votaríamos na quarta-feira.
Nesta semana, Ver. Villela, nós definimos na Mesa, com as Lideranças, que se
mudaria o processo: que se definiria, na segunda, os projetos para quarta-feira
e para a outra segunda-feira, porque, com isso, daria tempo até de os
Vereadores se apropriarem melhor daquilo que se discute no Plenário. Muito bem,
essa foi a proposição, que não é minha.
Se nós aprovarmos agora o Requerimento do Ver.
Cecchim, em primeiro lugar, na primeira reunião, imediatamente após aquela
definição de segunda-feira, nós retrocederemos, e muito. É um Projeto complexo,
um Projeto que tem uma divisão bastante interessante aqui na Câmara. Nós
precisamos avaliar, com todo o carinho, o que se está votando, e não compreendo
ser sábia a medida da Câmara de aprovar, hoje, o Requerimento do Ver. Cecchim,
porque, se aprovamos isso, Vereador, nós estaremos tumultuando todo o processo
de uma possibilidade de votação, inclusive com a participação do cidadão e da
cidadã aqui no plenário! O nosso cidadão de Porto Alegre, a nossa cidadã de
Porto Alegre, os nossos eleitores de Porto Alegre não terão mais a certeza do
que se vota na tarde, porque estava agendado no site da Câmara para votar na segunda-feira e votamos hoje.
Portanto, Ver. Cecchim, peço, carinhosamente –
gostaria que V.Exa. aceitasse as minhas posições que sei que são modestas, meu
caro Vereador –, que se retire esse Requerimento hoje para que se possa dar
sequência àquilo que está definido, publicado inclusive no site da Câmara; e para que não se abra um precedente, para que,
toda vez que tem um projeto meu ou de qualquer um dos Vereadores, não interessa
a ordem, votamos hoje em primeiro lugar, Ver. Pedro Ruas. Por isso, eu acho
interessante que o Vereador retire o seu Requerimento ou que nós votemos
contrariamente a esse Requerimento, porque, senão, além de tudo que eu já
disse, as nossas reuniões de Mesa e Liderança de segunda-feira, meu Presidente,
serão apenas um momento para, talvez, confraternizar, e não para definir a
Pauta da quarta-feira e da sexta-feira.
Então, eu acho que o mais razoável é nós não
precisarmos votar esse Requerimento. Apelo, mais uma vez, que V. Exa. retire o
Requerimento. Isso é bom para a Cidade de Porto Alegre, é bom para a Câmara e é
bom para todos os nossos cidadãos e as nossas cidadãs da cidade de Porto
Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento, de autoria do Ver. Idenir Cecchim.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Ver. Dr.
Thiago, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, o Projeto
do Ver. Cecchim é um Projeto que tem mérito e deve receber boa parte dos nossos
votos. A argumentação do Líder do Governo, Ver. Airto Ferronato, é uma
argumentação interessante. Apenas coloco isso para reflexão, em nome da
oposição. Nós da oposição, inclusive temos o receio – não é o caso do Ver.
Idenir Cecchim, que nunca utilizou esse tipo de expediente, e lembrava bem a
Ver.ª Jussara Cony –, de eventual atropelo em projetos, em formas, Ver. João
Derly, de mudança das prioridades que retirem ou coloquem e que nós não
possamos enfrentar no voto.
Por isso, eu digo aqui, como Líder da oposição, que
o argumento do Ver. Airto Ferronato é um argumento respeitável, correto,
adequado, e parece que deve ser aceito, o que não compromete o apoio, no
mérito, ao Projeto do Ver. Idenir Cecchim, ou seja, o enfrentamento, com Veto
de S. Exa., o Prefeito, mas é, no mínimo, ponderável, e acho que mais: o
argumento do Ver. Airto Ferronato deve balizar os nossos quatro anos de
mandato, Ver. Mario Manfro, porque cria uma garantia para qualquer Vereadora,
para qualquer Vereador, e diziam muito bem isso a Ver.ª Jussara Cony e a Ver.ª
Sofia Cavedon. Nós temos que ter exatamente essa visão de democracia interna,
no parlamento da Cidade, que nos permita efetivamente, como oposição, que somos
em número menor de Vereadores, a segurança de que não teremos, aqui ou ali, uma
situação embaraçosa que nos atropele numericamente, e, por outro, respeitar, aí
sim, a vontade da Liderança do Governo, num tema que, ao que nós entendemos,
não sofrerá nenhum prejuízo no adiamento, e eu repito que, no mérito, estamos
com V. Exa. Por isso, acho ponderável o que coloca o Ver. Airto Ferronato.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento, de sua autoria.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadoras, meu caro Líder
Ferronato, o seu apelo, com essa forma professoral, simpática e competente,
quase me fez retirar o Requerimento da minha mesa. Mas esse Veto, Ver.
Brasinha, foi assinado antes das férias do Prefeito. Então, já se passaram alguns
dias para ser discutido, ele já está aqui, já passou pelas Comissões – na CEFOR
e em outras Comissões –, tivemos tempo de analisar, de ver. E o que eu fiz foi
apenas pedir para que, em lugar de um projeto que foi retirado, se colocasse o
meu. Então, o argumento do nosso Líder do Governo serve para as duas coisas! Se
serve para retirar um projeto, que foi o caso do Projeto do Ver. Pujol, serve
para colocar um outro no lugar! Ou só serve para o lado que interessa? Ou serve
para os dois lados, ou não serve para nenhum lado! Eu só pedi depois que o Ver.
Pujol... Eu nem sabia que o Ver. Pujol retiraria ou pediria para postergar!
Então, eu fiz isso para valorizar a presença dos meus colegas Vereadores, que
poucas vezes têm oportunidade de Ordem do Dia – é quase sempre uma vez por
semana, só na quarta-feira. Fiz isso para valorizar a presença dos caros
colegas que estão aqui, que estão atentos, e cuja maioria está inteirada! Eu
não sei se são a favor ou contra! Este Projeto não é a favor ou contra o
Governo. Não é da base do Governo ou da oposição! É um Projeto da Cidade! E,
sendo um Projeto da Cidade, o Líder de um Partido ou um do PMDB não tem que
contestar o Líder do Governo. Não é isso que nós vamos fazer, pelo amor de
Deus! O que nós queremos aqui é votar um assunto interessante, tão
interessante, Ver.ª Lurdes, que o assessor da Secretaria da Fazenda hoje já
estava aqui! Ele estava aqui! Quando se trata de veto de algum interesse da
Secretaria da Fazenda, ela vem! Mas é uma pena que só vem no dia de analisar o
veto! Por que esses senhores não foram ao meu gabinete antes para perguntar,
ver se poderia ser combinado, ver se poderia ser construído um outro projeto?
Então, ele foi muito analisado, ele foi discutido, ele passou nas comissões,
ele só está no Requerimento porque saiu um outro. Por isso, eu queria
cumprimentar o Líder do nosso Governo, o Ver. Ferronato, por fazer esse
trabalho. Mas aqui não se trata de um projeto que é contra o Governo ou a favor
do Governo. Não é nada disso. Trata-se de analisar um Veto a um projeto que é
de um Vereador que não é da oposição; trata-se de analisar um Veto como tantos
outros vetos. Se o Plenário se manifestar para votar na próxima segunda-feira,
não tem problema nenhum. Agora, se o Plenário se manifestar para votar hoje,
como é o meu caso... Eu votarei para que se vote hoje, para que se analise hoje
este Veto. Eu não sei quantos votos tem, se são a favor, se são contra, mas
vamos votar isso hoje, porque a Cidade quer saber como é que é, se há Veto, se
a Câmara concorda ou não concorda com o Veto. É só isso.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Waldir Canal assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, pelo
Governo.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Estimado Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a posição do
Ver. Cecchim está, data venia,
equivocada desde a sua primeira manifestação nessa sua última presença aqui.
Por quê? O adiamento de um projeto significa nós tirarmos um projeto de hoje e
votarmos na semana que vem ou daqui a seis meses. Continua valendo a máxima que
se definiu na reunião de Mesa e Lideranças de que, os projetos sendo
distribuídos e definidos com antecedência, os Vereadores se apropriam mais – e
aqui não estou dizendo que os Vereadores não estão
apropriados –, mas é um espaço para o cidadão e para a cidadã de Porto Alegre
saber: o projeto “x”, do Ferronato, vai ser votado dia 10, e o projeto do Ver.
Cecchim, dia 13. É diferente levar para frente e dar publicidade a um projeto
que todos nós sabemos que é para a semana que vem, para segunda-feira, e trazer
para hoje. É diferente, Ver. Cecchim! E a contabilização de V. Exa. pode estar
enganada! Então, Ver. Cecchim, estamos aqui fazendo um apelo, em meu nome, em
nome do Governo Fortunati, do nosso Vice-Prefeito Melo, para deixarmos este
Projeto para segunda-feira. É mais democrático, é melhor para a Cidade, e
certamente é melhor para Vossa Excelência. Ou numa matemática muito simples,
Ver. Cecchim: V. Exa. diz que tem voto suficiente para derrubar o Veto, mas, se
pudesse ter votado ontem, já teria votado. Porém, assim, perdem sentido as
instâncias da Câmara! Ver. Cecchim, não adianta definir uma coisa para ter uma
regra, porque elas não são imutáveis. Mas, no mínimo, é a primeira vez que se
apresenta este Projeto. Mudamos para segunda-feira. Querem 100% dos votos das
lideranças e 100%, meu caro Mario, da presença da Mesa Diretora. Por quê? Só
porque compreendemos que se pode talvez ter uma vitória nós vamos tirar de
segunda-feira e trazer para hoje? Estimadíssimo colega de turma, Ver. Cecchim,
amigo de mais de 30 anos, retire o Requerimento, V. Exa. estará dando um voto
até de respeito aos Vereadores de Porto Alegre! Algum Vereador pode não estar
aqui hoje, mas talvez tenha interesse de votar “sim” ou “não” na segunda-feira,
e tem divergência. Para que atropelar? Eu apelo à base do Governo. É uma
questão de Governo, mas, antes de mais nada, é uma questão de Câmara Municipal
de Vereadores de Porto Alegre, que é uma referência nacional pela história dos
homens e mulheres que por aqui passaram: governadores de Estado, deputados
federais brilhantes, excelentes governadores, homens públicos. Quando nós
definimos uma coisa na Câmara, precisamos que essencialmente os Líderes e os
membros da Mesa que estavam na reunião de segunda-feira não nos abandonem. Se
V. Exas. nos abandonam agora, isso significa que lá dissemos “sim” e aqui
dissemos “não”. Assim, estamos levando a Câmara para um caminho muito perigoso,
Ver. Cecchim. Retire o Projeto, pelo bem da nossa Instituição e do cidadão e
cidadã de Porto Alegre, que, se quiserem, segunda-feira estarão aqui. Um
abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, o Requerimento, de autoria do Ver.
Idenir Cecchim. (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 08 votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Alberto
Kopittke, que solicita a retirada de tramitação do Requerimento nº 044/13, de
sua autoria.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 043/13 – (Proc. nº 0710/13 – Verª Luiza Neves) – requer a
constituição da Frente Parlamentar pela eliminação de todas as formas de
discriminação e violência contra a mulher.
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação o Requerimento nº 043/13, de autoria da
Ver.ª Luiza Neves. (Pausa.) A Ver.ª Luiza Neves está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 043/13.
A SRA. LUIZA
NEVES: Ver. Waldir Canal, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos
assiste pela TVCâmara, servidores, senhoras e senhores, a minha proposição para
criação da Frente Parlamentar pela eliminação de todas as formas de
discriminação e violência contra a mulher chega num momento bem oportuno,
quando a gente está antecedendo o Mês Internacional da Mulher. Nós sabemos que
talvez seja um tema bem debatido, bem
discutido, porque nós ainda encontramos muitas formas de discriminação, muitas
formas de violência contra a mulher. E é para isso que nós estamos aqui, é para
isso que nós estamos aqui neste Parlamento, nesta Legislatura. Somos oito
mulheres que, tenho certeza, se somarão, Ver.ª Jussara Cony, a esta Frente
Parlamentar, para que possamos, através de várias ações, enfrentar esse
problema que é sério, que é grave. E nós, como mulheres, enfrentamos, sim, no
nosso dia a dia, vários tipos de discriminação, vários tipos que colocam a mulher
à margem da sociedade, que frustram a mulher. E, muitas vezes, mulheres que
sofrem violências físicas não denunciam, elas ficam caladas com medo de
represálias; sem falar no assédio moral, no assédio sexual e tantas outras
formas de violência.
Eu quero aqui
mencionar o Ver. Kopittke, que também tem um Requerimento – e creio que ele irá
falar logo após sobre seu Requerimento: sei que ele estará se somando a nós
nesta Frente Parlamentar, que vai rejeitar, tentar eliminar todo tipo de
discriminação e violência contra a mulher.
Eu quero dizer aqui
também que o Município de Porto Alegre é um Município privilegiado, porque ele
já tem, junto à Prefeitura Municipal, junto à Secretaria de Direitos Humanos –
nós temos lá a Secretária-Adjunta, a Valesca, que está à frente da
Coordenadoria da Mulher – um centro de referência de atendimento a mulheres
vítimas de violência.
E, ontem, nós
estivemos, juntamente com o nosso Presidente, Ver. Dr. Thiago, Ver.ª Lourdes,
visitando o Hospital Presidente Vargas e ficamos encantados que lá também tenha
um centro de referência que atende mulheres vítimas de violência; talvez nós,
que estamos aqui, não tenhamos noção de quantas mulheres são violentadas
diariamente, a cada hora, a cada minuto, não somente em Porto Alegre, como no Estado,
no Brasil e no mundo!
Então, nós estamos
aqui, sim, para levantar a nossa voz, para sermos porta-vozes no sentido de
eliminarmos todo tipo de preconceito, de discriminação, de violência, e para que a
mulher possa, sim, ocupar um lugar que é dela de direito.
Nós comemoramos, nesta semana, o direito ao voto
feminino, há 81 anos, e acho positivos todos os tipos de conquistas que venham
colocar a mulher em posição de igualdade – não que ela seja mais do que o
homem, mas ela deve ter os seus direitos adquiridos como mulher. No momento em
que nós conseguimos isso, automaticamente todo preconceito, toda barreira, toda
discriminação e toda violência caem por terra.
Eu quero contar com todos os Pares, nobres
Vereadores e nobres Vereadoras, para que se juntem a essa Frente Parlamentar
para que nós possamos aprová-la nesta tarde. Muito obrigada, e que Deus abençoe
a todos! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Luiza.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 043/13.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, e Ver.ª Luiza, de
uma forma muito particular, eu acho que este é um momento de grandeza desta
Câmara Municipal de Porto Alegre, porque a Câmara de Vereadores está em
sintonia com a demanda, com a necessidade de uma sociedade que, cada vez mais,
mostra o significado das suas mulheres, e que nós podemos, sim, buscar a
construção de um mundo onde homens e mulheres possam viver as suas diferenças
na igualdade, porque nós, mulheres, somos diferentes dos homens, mas ser
diferente não significa ser inferior.
Aqui, neste encaminhamento, nesta Frente
Parlamentar, há algumas questões que são estratégicas e fundamentais para o
avanço da compreensão da sociedade. A divisão social e sexual do trabalho gera
violência. O homem, para mim, não é, por natureza, um ser opressor. Não vem no
gene de um homem ou de uma mulher ser agressor e gostar de ser agressor e ser
agredida e gostar de ser agredida. Acho que temos que trabalhar sob a ótica de
uma sociedade que divide papéis, e, muitas vezes, nos faz cumprir esses papéis.
A violência é uma questão que mostra essa face, muitas vezes, oculta.
Então, o nosso encaminhamento é no sentido de que
essa Frente é fundamental e estratégica. É importante chamar a sociedade para
atuar junto. Temos o Comdim, que representa toda a luta das mulheres na cidade
de Porto Alegre.
A violência é uma questão de direitos humanos, mas
é, também, uma questão de saúde pública. A violência é
uma questão de democracia, para que nós possamos viver na igualdade essas
diferenças. Essa Frente vai nos mostrar que nós precisamos de políticas
públicas, não só para as mulheres, mas também precisamos de políticas públicas
para que os homens sejam recuperados para atuar como um ser humano nas
igualdades que todos nós merecemos. Todos nós precisamos cuidar das mulheres e
dos homens que cometem a violência; eles têm que ser recuperados, têm que ser
inseridos no mercado de trabalho, têm que ser inseridos com uma visão
diferenciada de que a mulher é apenas diferente, mas não inferior. E que homens
e mulheres juntos é que construirão, na percepção mais avançada, uma nova
sociedade.
Então, essa é uma política
pública. As mulheres lutaram muito, a sociedade brasileira lutou muito. A Lei
Maria da Penha está aí. Essa Frente vai ajudar. Aí, olho para o Ver. Janta e
lembro da violência cometida contra as trabalhadoras mulheres de uma forma
geral. E aí eu olho a proposição, e olho a Lei Maria da Penha, e vejo a
importância de que, numa Frente como essa, nós possamos discutir. Até já
encaminhamos aquele primeiro Projeto de Lei nesta Casa sobre a formação e a
capacitação das mulheres para o mercado de trabalho, porque na dependência
econômica está uma das formas mais cruéis da violência contra as mulheres.
Então, parabéns! Nós
vamos chegar, Vereadora, na nossa semana de 8 de março, com importantes
Projetos nesta Casa. Eu quero parabenizar o Ver. Alberto Kopittke por ter tido
esse entendimento, e já digo na tribuna: a sua presença nessa Frente
Parlamentar é estratégica, pelas relações políticas e de políticas públicas
nessa área que trata da questão da violência, com esse olhar diferenciado de
direitos humanos; a sua presença, pela sua experiência, será muito importante.
Não é uma Frente de mulheres: é uma Frente desta Câmara, com 11 mulheres juntas
para construir o fim da discriminação e da violência contra todos e, de um modo
muito particular, contra as mulheres.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver. Séfora
Mota está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 043/13.
A SRA. SÉFORA MOTA: Bem, falou de
mulher, mexeu comigo! Eu sou uma mulher que levanta a bandeira feminina, porque
eu acho que a gente tem que ser respeitada, não pode se contentar com falta de
respeito. A mulher pode o que ela quiser, e tem que ser respeitada por aquilo
que ela é, ela não precisa se vestir dos pés à cabeça, ela não precisa seguir um padrão.
A gente não pode mais aceitar nenhum tipo de violência ou preconceito.
Eu sou uma lutadora pelas exceções. Eu brinco, Ver.
Pedro Ruas, que sou uma exceção; eu não sou padrão, e eu faço questão de não
ser padrão de nada. E eu vivo feliz assim, e eu acho que a gente tem que se
valorizar e respeitar. A mulher vítima de violência, que sofre violência dentro
de uma casa, toda a família está no círculo vicioso de uma doença horrível,
porque ela se acostuma, os filhos acostumam, e aquilo gera pessoas que não têm
respeito próprio, e violência gera violência.
Então, nenhum tipo de violência, física ou moral,
pode ser aceita. Eu luto sempre contra. Mas a gente tem que ter também um
trabalho de conscientização, porque a maioria das mulheres que sofre violência
tem consciência do que são ou do que podem; elas se acostumaram com
companheiros que as humilham; então, a autoestima é muito baixa, a gente tem
que resgatar essas mulheres, inseri-las no mercado de trabalho, ter políticas
para as mulheres, para recolher, para abrigar, para acolher, na verdade, essas
mulheres vítimas de violência. Mas não é só acolher; essa mulher precisa de
estímulo, de um lugar que a receba e que receba os filhos, em que ela se
profissionalize, e essa é uma bandeira que a gente tem que levar para sempre.
Mulher não pode sofrer agressão nenhuma, a gente
tem que proteger os indefesos. E essa bandeira é uma bandeira que vale muito.
Está se falando muito, nós já estamos em igualdade com os homens, porque nós já
somos chefes de família, já sustentamos famílias, e só nós temos a força
suficiente para ter um filho e para suportar a morte e a perda de um filho.
A mulher tem que ser respeitada, porque a mulher
tem que saber, principalmente, da responsabilidade dela na sociedade. Nós
geramos crianças e nós criamos e formamos cidadãos, e a responsabilidade é
sempre nossa; a educação é sempre com a mãe, então a gente tem que se colocar
na sociedade, não aceitar, respeitar-se e respeitar as outras, porque, muitas
vezes, o preconceito maior vem das próprias mulheres. A gente tem que se
aceitar do jeito que a gente é e se colocar na sociedade. Esse mandato lindo,
todo florido, com mulheres belíssimas, de “n” personalidades, cada uma da sua
maneira na bandeira na luta pela valorização da mulher e contra qualquer tipo
de violência contra a mulher. Isso acaba refletindo em
toda a sociedade, nos filhos e em tudo mais. Então é isso: valorização e não à
violência já! (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado,
Ver.ª Séfora.
Gostaria de
agradecer ao Motta, funcionário
da Casa, da Unitel, e ao nosso Diretor-Geral, Dr. Gabriel. Graças a eles, temos
ar-condicionado hoje.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Quero dizer que eu
critiquei, não V. Exa., mas todo o passado desta Casa. Quero ressalvar a
dedicação de V. Exa. para resolver esse problema. Espero que seja a mesma para
resolver os outros problemas que esta Casa ainda tem. Temos a questão da
segurança, cujo contrato está vencendo; hoje mesmo, entrei em contato com o
Secretário de Segurança e com a pessoa responsável por isso. Esperamos que, até
sexta-feira, seja resolvido isso e outras mazelas que há na Casa do Povo. Quero
dizer que V. Exa não mediu esforços para resolver essa questão do
ar-condicionado. E eu pensei que era o meu ventilador que estava fazendo todo
esse frescor aqui dentro. Obrigado. (Risos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.
Janta. Quero falar também sobre a questão da água. Eu me ausentei daqui
exatamente para terminar a assinatura do contrato. Tivemos, hoje, uma reunião
com o Secretário Municipal de Segurança, tentando uma alternativa. Assim, com a
ajuda dos 36 Vereadores, vamos ter um futuro melhor.
O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
043/13.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Também registro os
nossos cumprimentos por sua atuação, Presidente, à frente de nossa Casa, tendo
que corrigir um conjunto de problemas legados pela gestão do ano anterior.
Venho aqui
encaminhar, em nome da Bancada do PT, favoravelmente ao Requerimento da Ver.ª
Luiza Neves, que propôs a constituição de uma Frente na Casa contra todas as
formas de discriminação e violência contra a mulher. Eu havia apresentado a
proposta de criação de uma outra Frente – a dos homens pelo fim da violência
contra as mulheres – e retirei essa proposição, dialogando com vários colegas,
como a Ver.ª Jussara, para que possamos somar forças,Ver.ª Luiza Neves, juntos,
pelo mesmo fim, que é acabar com a violência contra a mulher na cidade de
Porto Alegre. E, como todos sabem, o meu tema é Segurança pública que, na
verdade, é a luta contra todas as formas de violência da nossa sociedade.
Muitos talvez não saibam, efetivamente, o tamanho do problema relacionado à
violência contra a mulher na nossa Cidade, no nosso País. Mais de cinco mil
mulheres são mortas, por ano, no Brasil, vítimas da violência, vítimas do
machismo da nossa sociedade. Um machismo ainda encoberto, mas que se manifesta
desde os salários das mulheres, que recebem, em média, 60% do que os homens
recebem neste País. Entre os 100 executivos das maiores empresas do Brasil,
Ver. Marcelo Sgarbossa, apenas uma é mulher, a Presidente da Petrobras, Maria
das Graças Foster; todos os demais 99 são homens. Eu estudava os índices da
nossa Cidade, porque esta é uma discussão que tem que vir para o concreto, pois
é aqui que se dão as relações e a política. Talvez os colegas não saibam, mas
segundo a própria Vigilância Sanitária aqui de Porto Alegre, pelo sistema de
registro da violência do SUS, o Viva
– Vigilância de Violências e Acidentes, para cada homem atendido vítima de
violência, são atendidas duas mulheres, em Porto Alegre. A Delegacia da Mulher
aqui de Porto Alegre, que foi reestruturada, reequipada, recebe, por dia, 40
mulheres fazendo denúncias baseadas na Lei Maria da Penha; é um grande avanço
essa Lei, mas já está trazendo uma sobrecarga ao sistema de defesa da mulher.
Apenas a Delegacia da Mulher está com 20 mil inquéritos aguardando análise
desde 2008; nós tínhamos apenas uma Delegada, e hoje estamos com três. O Governo
do Estado criou a Delegacia da Mulher, na Restinga, mas ainda não a implantou;
fiz um pedido ao Governador Tarso Genro nesse sentido. Por isso tenho dito que
para resolver o problema da violência nós temos que nos somar, todos os Entes.
A Lei Maria da Penha prevê vários instrumentos como, por exemplo, a Casa de
Passagem, onde a mulher vitimada possa ficar de 24 a 72 horas. Não é a casa
abrigo, é uma Casa de Passagem até a Medida Protetiva ser aplicada, e o homem
agressor seja retirado de casa ou preso. Porto Alegre ainda não tem uma Casa de
Passagem – fica essa sugestão. O nosso Centro de Referência, maravilhoso,
inaugurado no final do ano passado – o Prefeito está de parabéns –, mas
precisamos avançar agora para que ele fique aberto 24 horas por dia, e nos
finais de semana. A nossa casa abrigo também precisa receber mulheres 24 horas
por dia, e Porto Alegre precisa criar um centro de tratamento do homem
agressor. Não adianta só colocar os homens no Presídio Central – como hoje
estão 120 homens presos lá em razão de violência contra mulher; também
precisamos fazer um trabalho de ressocialização desse homem. Enfim, é uma
grande tarefa. O Governo do Estado criou a Patrulha Maria da Penha, nos
Territórios da Paz, que está fazendo um acompanhamento diário da aplicação das
medidas dessa lei.
O Ver. Sgarbossa já protocolou a criação de um
Fundo Municipal sobre as Políticas das Mulheres.
Quero afirmar, Presidente Thiago, que este não é um
assunto só de mulheres; ou os homens também se engajam nessa luta contra o machismo
e contra a violência, ou isso aqui será só figura de retórica nossa. Nós temos
muito que avançar, e tem que partir dos homens essa mudança, efetivamente, na
cultura do machismo, que se manifesta desde a piada sobre a beleza da mulher,
piadas de todas as ordens, até a violência e a morte de mulheres. Aqui em Porto
Alegre, apenas no ano passado, estima-se que morreram 50 mulheres vítimas de
seus ex-companheiros ou companheiros. É um grande tema em que nós temos que
avançar. Semana que vem vou apresentar essa campanha aqui pelo meu mandato,
convidando esses que se dizem machões a reverem o seu papel na sociedade e
mudarem os seus hábitos.
Vamos estar juntos, Ver.ª Luiza Neves, e espero que
vários colegas aqui, homens, também estejam engajados para vencermos a
violência de gênero aqui na nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 043/13.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Ver. Dr. Thiago, Presidente desta Casa; Vereadores, Vereadoras; pessoas
que nos assistem; colegas da imprensa; eu penso que esta é a primeira vez que
eu ocupo a tribuna nesta Legislatura, muito contente, muito animada,
entusiasmada com este Requerimento, Ver.ª Luiza, e, por uma razão muito
simples: essa é uma causa que sobrepõe siglas partidárias, ideologias
políticas, gênero, ou seja, a mulher necessita de ajuda, sim, e urgentemente. É
extremamente importante pelo simples fato de que ela tem, na sua mão, o maior e
mais difícil projeto, que é esculpir outro ser humano, o filho ou filha. E cada
vez mais sabemos que a violência contra a mulher campeia, assim como a
discriminação. Eu daria aqui um exemplo básico: essa mesma mulher necessita de
capacitação e condições para trabalhar, mas para que ela consiga trabalhar
tranquila, ela necessita deixar os seus filhos em lugares seguros. Então, nós
temos muitas bandeiras, muitas causas para lutar nesta Casa, a Casa do Povo de
Porto Alegre, e nada mais correto que nesta Legislatura, onde temos oito
mulheres se fazendo presentes, discutindo projetos, trazendo informações
importantes, as necessidades do povo, que se reforce essa questão.
Eu queria, mais uma vez, fazer este encaminhamento,
em nome da Bancada Progressista, em meu nome e dos Vereadores Nedel e Villela,
e dizer que fiquei extremamente emocionada, tocada quando você subiu a esta
tribuna, Luiza, e defendeu uma causa que é de todas nós. Nós precisamos agarrar
esta bandeira e fazer muito mais, esse é a penas o início de uma grande
caminhada. É também importante registrar aqui que eu aprendi, desde muito cedo,
na minha casa, com meu pai, Pedro Américo Leal, que a independência emocional
começa pela independência financeira, é por isso que nós precisamos lutar para
capacitar essas mulheres, para que elas tenham condições de ser arrimo, sim,
nas famílias, e que elas tenham respeito, que é justo e merecido.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Mônica.
A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 043/13.
A SRA. ANY
ORTIZ: Boa-tarde, Presidente Thiago; colegas Vereadores; Ver.ª Luiza, gostaria
de parabenizá-la pela iniciativa, acho que isso realmente é muito importante.
Como falou a Mônica, a gente fica tocada com esse assunto, afinal fazemos parte
desse tema. Como falou a minha colega Ver.ª Jussara, as mulheres são, sim,
diferentes dos homens. Elas são diferentes fisicamente, mas não são inferiores.
As mulheres são mais frágeis, mas essa fragilidade física não significa que
elas sejam o sexo frágil. A mulher não é o sexo frágil, a gente tem muitos
exemplos de mulheres, em todas as áreas, infelizmente em número menor ao dos
homens, como trouxe agora, muito bem, o Ver. Alberto Kopittke. Nós somos ainda
em número menor, só que ocupamos cargos importantes, espaços importantes, e a
mulher está, sim, abrindo caminho e mostrando que tem tanta capacidade quanto o
homem de ocupar espaços.
Gostaria de falar ao Ver. Alberto da importância de
essa Frente não ser apenas uma frente das mulheres no combate à violência
contra a mulher, mas que os homens se juntem a nós, porque esta é uma luta de
todos nós e não apenas das mulheres.
Para falar um pouquinho da violência, a Séfora
disse que a mulher acaba se acostumando, dentro do ambiente familiar, com a
violência doméstica. Discordo: a mulher não se acostuma, não há mulher que se
acostume com a violência, mulher nenhuma gosta de apanhar. As mulheres, muitas
vezes, são dependentes financeiramente dos homens, e é por isto que elas não
saem de casa; porque não têm para onde ir, porque se sentem ameaçadas, e mesmo
apanhando, vivendo infelizes numa casa, numa família, onde são tratadas como
lixo, ali permanecem. Não é porque se acostumem, é porque têm uma dependência
financeira. E é por isso que a gente precisa olhar mais e investir em políticas
públicas para as mulheres.
Eu vou falar aqui sobre as vestimentas das
mulheres. Tempos atrás, um policial teve a capacidade de falar a maior bobagem
que já foi falada: que a mulher é culpada pela agressão, pelo assédio que sofre
porque se veste, nas palavras dele, como uma puta. Não, não é! As mulheres
podem se vestir como quiserem, assim como os homens também se vestem. E a gente
não pode justificar um assédio, a gente não pode justificar um abuso, porque a
mulher estava vestida dessa ou daquela maneira, afirmando que por isso foi ela
quem deu a oportunidade para que aquilo acontecesse. Queria, mais uma vez,
parabenizá-la, Vereadora. É muito importante; conte com a gente sempre nessa
luta. Quero dizer que essa luta não é só sua, não é só das mulheres, mas tem
que ser uma luta de todos nós, de todos os Vereadores desta Câmara. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Any Ortiz.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 043/13.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Vereador-Presidente, Dr. Thiago Duarte; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela TV
Câmara, servidores do nosso Legislativo; o tema, Ver.ª Luiza Neves, não há
dúvida alguma de que é dos mais importantes. Não é um tema nosso, do
Legislativo de Porto Alegre, embora bem faça V. Exa. em trazê-lo para dentro
desta Casa e para o seio da sociedade porto-alegrense. É um tema universal, e,
quando nós olhamos a luta pelos direitos dos homens em gênero, e a luta, em
particular, pelo direito das mulheres, nós ainda verificamos que, no concerto
das nações, há muito por avançar. Quando nós, no Brasil, hoje felizmente somos
governados por uma Presidenta da República, quando nós olhamos aqui ao lado, o
Chile há pouco tempo era governado por uma mulher, a Argentina governada por
uma mulher, a Alemanha governada por uma mulher, o Reino Unido, que teve a Dama
de Ferro à frente do país, nós vimos que, felizmente, Ver.ª Mônica e amigas
Vereadoras, Sras. Vereadoras, a humanidade, Ver. Villela, as sociedades muito
avançaram, mas infelizmente também constatamos que ainda há muito por avançar.
Existem países em que as mulheres ainda não podem sair sozinhas às ruas,
existem países em que as mulheres têm que usar burca e não podem sequer expor o
seu rosto, existem países que ainda praticam as formas mais bárbaras de...
inclusive com a supressão dos órgãos femininos. É inadmissível que, em pleno
século XXI, nós continuemos, de forma tolerante, Ver. Ferronato, caminhando
ante essas barbáries. Há intolerância política, que também, às vezes, atinge
mulheres, como foi o caso da blogueira cubana que, há poucos dias, não pôde
falar. Essa é uma forma de violência política, mas também de gênero contra uma
mulher. E nós, parece que, passivamente, como com as outras formas de
violência, vamos nos acostumando com essas coisas.
Felizmente, avançamos muito, Ver. Alberto Kopittke.
E, quando nós avançamos, também é preciso olhar ou repousar os olhos no passado
e ver que a luta do direito das mulheres não é uma luta recente. O Talmude, que
traz a sabedoria de quatro, cinco, seis mil anos, já quando interpretava o
texto bíblico e o Gênesis, em uma das passagens – eu, várias vezes, já trouxe
essa passagem à tribuna, e esta é mais uma oportunidade – diz da vontade do
Criador: “Cuida-te em fazer chorar uma mulher, porque Deus conta as suas
lágrimas. A mulher não foi feita da cabeça para ser superior; do pé para ser
inferior. A mulher foi feita da costela; ao lado, para ser igual; embaixo do
braço, para ser protegida; perto do coração, para ser amada”. É algo belíssimo
que encerra cinco mil anos de sabedoria! Sabedoria que é atemporal, que não
importa qual é a religião, mas que vem exatamente no sentido de consagrar
aquilo que as pessoas generosas de coração e grandes espíritos sabem: homens e
mulheres são portadores dos mesmos direitos e precisam caminhar juntos porque
esse é o desejo do Criador. Sem um homem e sem uma mulher, nós não
existiríamos. Portanto, essa é uma luta de todos nós, Ver.ª Luiza, e eu a
cumprimento.
O Legislativo tem, sim, que se debruçar sobre esse
tema. E aqui está a Bancada do PMDB, com muito orgulho, com uma Vereadora.
Avançamos em relação à Legislatura passada, é verdade. A Ver.ª Lourdes Sprenger
está aqui e traz para a nossa Bancada dois temas que são fundamentais: o do
direito das mulheres, com a presença dela entre nós, e o dos direitos dos
animais, que também devem ser objeto da mesma generosidade do espírito humano.
Portanto, em nome da minha Bancada, a Bancada do
Partido do Movimento Democrático Brasileiro, eu saúdo a Ver.ª Luiza Neves e
digo que nós estamos, estivemos e estaremos ao lado dessa causa. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Registro a presença da Prof.ª Débora Heineck,
Diretora-Supervisora Pedagógica do Colégio Americano, é um prazer tê-la aqui
conosco. Já vamos conversar, na sala da presidência, sobre a sua demanda.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 043/13.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, senhoras e senhores que nos assistem, Vereadores e
Vereadoras desta Casa; a Ver.ª Luiza foi muito feliz ao criar essa Frente Parlamentar
pela eliminação de todas as formas de violência contra a mulher. A Ver.ª
Jussara, quando veio a esta tribuna, falou que uma das maiores formas de
violência que as mulheres sofrem hoje em dia é com relação ao trabalho, na sua
tripla jornada de trabalho. As mulheres vão para os seus empregos produzir e,
muitas vezes, por falta de esclarecimento de seus companheiros, ainda são
responsáveis por cuidar da casa, cuidar dos filhos, acompanhar a educação dos
filhos. Então, é um processo grande, é a questão da discriminação das mulheres.
Essa discriminação no mundo do trabalho, Ver.ª Mônica, aumenta mais ainda – eu
já falei algumas vezes sobre isso desta tribuna – na desigualdade gritante
entre os salários de homens e mulheres, apesar de o Brasil, hoje, já ter
evoluído muito nessa questão. Hoje, nós temos aqui mulheres ocupando grandes
postos não só na Presidência da República, com a Presidente Dilma Rousseff, nos
Ministérios, no Supremo, mas nas grandes empresas; hoje em dia, nós temos
mulheres presidindo e dirigindo essas empresas. Nós temos empresas no Brasil,
multinacionais até, que exportam, que levam o nome deste Brasil, com a direção
de mulheres. Mas a grande maioria das mulheres que trabalha, que produz, Ver.ª
Lourdes, é chefe de família. São mulheres que, além de serem as mães, são os
pais, porque são responsáveis por toda a renda da família, por toda a
sustentabilidade da família, e elas sofrem todo tipo de preconceito e
discriminação. Então, é de extrema importância para esta Casa, para a Casa do
Povo de Porto Alegre, ter uma Comissão dessas, que vai discutir, com homens e
mulheres, com toda a sociedade, as formas de discriminação. Não adianta nós
termos uma lei excepcional, como é a Lei Maria da Penha, e não termos estrutura
nas delegacias distritais, não termos estrutura nos Municípios, principalmente
no interior do nosso Estado, onde os delegados, as delegadas, os agendes
públicos... Compreendo o cumprimento da Lei, compreendo que essa Lei não vem
dando um privilégio para a mulher: ela vem dando um direito de séculos da
mulher, um direito da mulher à vida, um direito da mulher a protestar, um
direito da mulher a participar das decisões de sua casa, decisões do seu lar,
um direito a opinar, uma liberdade que as mulheres exigem. Está provado, cada
dia mais, que não é somente em determinadas classes sociais que se vê isso, se
pensava muito que se via isso nas classes “f”, “g”, “h”, as classes muito
pobres e inferiores. A própria Maria da Penha é um exemplo disso, pois vem de
uma família de classe alta e aconteceu esse crime bárbaro... E se vê isso em
toda a sociedade, é uma questão de cultura essa discriminação contra as
mulheres, não é uma questão de renda. Então, eu acho importantíssima essa
discussão na Casa do Povo de Porto Alegre. É importantíssimo que nós, homens,
estejamos presentes, levando essa discussão e trazendo, principalmente os
educadores; levando essa discussão para as escolas, saindo daqui, de dentro da
Câmara de Vereadores, e levando para as escolas, para as universidades, para os
clubes de mães. Onde houver povo, que esta Casa esteja discutindo os
preconceitos, a discriminação e a violência contra a mulher. Com força e fé,
nós vamos mudar um pouco o rumo da cidade de Porto Alegre. Obrigado, Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação
Requerimento nº 043/13.
(O Ver. Waldir Canal reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, que vai presidir agora os trabalhos, Waldir Canal;
Ver. Dr. Thiago, senhores e senhoras, quero parabenizá-la, Luiza Neves, estamos
nos somando, obviamente, à Frente Parlamentar para a eliminação de toda
violência contra a mulher. Em primeiro lugar, dizendo que este ano começou de
uma forma extremamente dura, mas, ainda bem, não começou com eventos terríveis
em relação à mulher, pelo menos não registrados publicamente, assim como
tivemos no ano passado. O nosso Estado, infelizmente, é campeão de machismo e
de mortes por violência. Nós temos muito a fazer!
Esta Casa está criando, neste início de
legislatura, várias Frentes, e as Comissões já estão funcionando intensamente.
Eu acho que temos que ter muita eficácia nas nossas iniciativas, porque, às
vezes, perdemos muito tempo em grandes reuniões. Eu acho que é uma questão que
esta Câmara pode se colocar para ter efetividade, para ter resultados, ações
que cheguem na ponta, ações que coloquem o dedo na moleira, que eu vejo no
perfil de muitos Vereadores novos, independente se são da base do Governo ou da
oposição, essa vontade de construir resultados para a sociedade se modificar,
se alterar. Eu sei que essa Frente vem com esse sentido. Nós tivemos a
iniciativa, e eu quero aqui, Ver. Alberto Kopittke, valorizar a iniciativa de
V. Exa., de propor a Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência Contra
a Mulher. Sustento, acho e considero – friso e sublinho – a grandiosidade do
recuo do Ver. Alberto Kopittke, apesar de eu achar, Luiza – quero estar
enganada – que dificilmente os nossos Vereadores vão participar das nossas
reuniões da Frente Parlamentar. Eu gostaria que ficasse como um compromisso de
todos, pelo gesto do Ver. Kopittke, que nós tivéssemos ações dos homens para os
homens da cidade de Porto Alegre. Quando o Dep. Edegar Pretto propôs a Frente
Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher, algumas
feministas ficaram olhando e disseram: “Nossa, será que é um oportunismo? Isso
vai ter alguma efetividade?” E ele mostrou uma coragem e uma necessária
intervenção e diálogo de homens com homens, de homens que criaram consciência,
Ver. Cecchim, porque, na maioria dos homens, é difícil compreender a
manifestação machista. É difícil, e eu entendo isso, porque,
muitas vezes, ela é simbólica, é sutil, e a criação dos homens naturalizou essa
forma de ser. Vocês são resultado de uma sociedade patriarcal, extremamente
autoritária, que cobra do sujeito homem uma postura que não admite que ele seja
desafiado, que ele seja traído, porque essa é a pior das condições do homem
numa sociedade. Já para a mulher não é tanto assim; uma mulher ser traída é a
coisa mais banal. Dei esse exemplo para dizer que, na verdade, os homens são
extremamente condicionados e, muitas vezes, violentados por uma sociedade que
lhes impõe um papel. Um homem, quando está limpando um banheiro, limpando uma
casa, certamente pensa: “Nossa, se meus amigos do bar me enxergassem, se meus
amigos do futebol me enxergassem, acho que eu seria menos homem!” Então, é
muito severa essa imposição, essa secular, milenar condição colocada ao homem,
e esse patriarcado acaba gerando a violência que nós vivemos; 80% dos casos de
violência contra a mulher são produzidos pelos maridos ou namorados dessas
mulheres. Portanto, é uma dificuldade enorme que o homem tem de lidar com a
diversidade, com a adversidade, lidar com a liberdade da mulher, lidar com a
não autoridade sobre ela, sobre o corpo dela. Isso é produzido culturalmente.
Então, eu penso, Ver.ª Luiza, que esse é um desafio
que fica para a tua iniciativa, que nós consigamos fazer – e aí para todos nós
da Casa – um movimento de mulheres para mulheres, de mulheres para homens, de
homens para homens. Porque enquanto nós não alterarmos a cultura patriarcal, é
muito difícil. E essa cultura – todas as gurias que falaram já colocaram
pinceladas disso – escraviza a todos nós. Quando o homem não divide o trabalho
doméstico, ele perde – não tenham dúvida – numa grandiosidade que ele poderia
construir; quando ele não divide a relação com os filhos, o cuidado com os
filhos, ele perde uma dimensão belíssima, que nós só sabemos porque vivemos. E
as mulheres perdem muito, porque também não podem, por terem de assumir tudo,
participar da vida pública, dos negócios públicos, estudar, etc. E, aí, o agudo
disso é a violência. Então, temos muito o que caminhar, porque se trata de uma
alteração cultural que liberte homens e mulheres. E esse processo não pode ser
só das mulheres com as mulheres, tem que ser de todos nós; um diálogo que, de
fato, altere essa sociedade patriarcal. Então, não pequena a tarefa que se
coloca à Frente Parlamentar. E aproveito para dizer o seguinte: são 5.500
municípios no Estado. Obviamente, nós vamos alterar com medidas, sim,
protetivas, com medidas, sim, coercitivas, com instrumentos importantes,
concretos, seja a proteção das mulheres, seja a vigilância, a coibição e a
punição. E há um tema polêmico, que são os centros de reabilitação que estão
previstos na Lei Maria da Penha e que ninguém tem muita coragem de fazer,
porque todo mundo diz: “Ah, não, machista que bateu em mulher, não tem nada que
prestar atenção”. Só que ele vai bater em outra mulher, se não tiver a
obrigação de ir para um psiquiatra e se tratar, para se compreender e ver o que
acontece consigo. Além de responder, claro, por seus atos. Então, essas
dimensões são necessárias para a gente alterar a situação. E em 5.500
Municípios é muito pequeno ainda: só 400 delegacias especializadas, apenas 115
núcleos de atendimento, só 72 casas abrigo. Nossa, é muito pouca estrutura para
proteção da mulher e para alteração dessa condição! Então, um excelente
trabalho para a nossa Frente; que essa gestão, que o nosso mandato-legislatura
possa fazer a diferença na vida das mulheres!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação o Requerimento nº 043/13, de autoria da
Ver.ª Luiza Neves. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1040/12 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/12, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que altera o
inc. XX do caput e inclui inc. III no § 2º do art. 21 da Lei
Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que institui e disciplina os
tributos de competência do Município –, e alterações posteriores, dispondo
acerca das bolsas de estudo concedidas pelos serviços de educação de ensino
superior que especifica, para fins de cálculo do Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISSQN).
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR.
Relator Ver. Idenir Cecchim: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Cassio Trogildo: pela rejeição do Veto Parcial;
- da CECE.
Relator Ver. Professor Garcia: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relator
Ver. Mario Fraga: pela manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 02-03-13
(sábado).
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em discussão o PLCL nº 011/12, com Veto Parcial. A
Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/12, com Veto
Parcial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Eu vou discutir o Veto porque se trata de uma questão de isenção de
impostos em troca de bolsas de estudo, Ver. Nedel, chamado Unipoa. Eu estive
acompanhando a situação da UniRitter; um problema que aconteceu. Esse Programa
é bastante modesto, um ou dois, por curso, conseguem a bolsa. Nós, obviamente,
temos uma discussão e uma compreensão de que o Município, constitucionalmente,
não é o responsável pelo Ensino Superior, mas a União. Isso se justifica, e eu
fiz esse debate com o Ver. Nedel, com o Ver. Newton Braga Rosa, na origem desse
Projeto, dizendo que o Município, na minha opinião, se justifica investir em
Ensino Superior nas situações em que ele precisa daquela formação, e eu sempre
defendi, por exemplo, que se dedicasse recurso a educadoras populares das
creches comunitárias, que não têm como fazer uma faculdade, mas atendem às
nossas crianças via convênio da Prefeitura. São 213 creches comunitárias, e a
grande maioria dos educadores não tem nível superior. É um serviço público de
atendimento à criança, de zero a seis anos, atendido lá na ponta, na periferia.
Como que essa educadora, ganhando muito pouco, porque o convênio cobre 50% só
dos custos, vai fazer uma faculdade? Na minha opinião, aí se justifica o
Município fazer investimentos na formação dessas educadoras. Ele nunca o fez!
Nunca. Sequer o convênio com a UERGS, que nós tínhamos, com a primeira turma da
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, que formaria essas educadoras, fez.
E o Município, a partir da gestão Fogaça, sequer honrou aquele convênio e
encerrou o curso da UERGS. O Unipoa abriu algumas vagas, poucas, Ver. Airto
Ferronato, nosso Líder, Líder do Governo, abertas à juventude em geral. Eu acho
ruim, eu acho que dispersa recurso do Município, não direciona para uma
política pública, é voltada à ciência e tecnologia. É ruim, o programa é ruim,
não traz impacto, resolução, direcionamento, mas ele é pior ainda, porque
concede a bolsa no início, e depois o jovem perde a bolsa, porque a bolsa tem
um limite. Eu já fui procurada por jovens – possivelmente alguns Vereadores
também – que não têm como se manter, porque recebem a bolsa para começar o
curso e não conseguem pagar na sequência, quando perdem a bolsa.
Essa Emenda que havia sido feita – e aí quero
entender se o Veto termina com ela – propunha que fosse possível continuar
fornecendo a bolsa para garantir a conclusão do curso. Isso foi alterado, Ver.
Nedel? Desculpe-me, mas não eu consegui entender; pelo meu entendimento, o
Prefeito está vetando essa possibilidade. Se é isso que ele está vetando, se
não estou enganada, acho que não devemos manter o Veto. O que adianta investir
no jovem... Já investimos com dispersão. Aí investe no jovem, que depois vai
desistir da faculdade depois, porque não consegue pagar, ou que começa a
pedalar, a pagar uma disciplina... E são recursos públicos, há isenção de impostos
em troca de bolsas.
Então, eu gostaria de pedir desculpas se não
compreendi direito o Veto feito, mas eu quis aqui fazer essa reflexão. Hoje já
é possível, já há algumas vagas na Educação, acho que deveríamos redirecionar,
acho que este é um momento de balanço. Propõe-se, inclusive, que o Secretário
Newton Braga Rosa, ou alguém do Governo, pudesse nos trazer um balanço do
Unipoa na Comissão de Educação, Cultura, Esporte, Lazer e Juventude, para a
gente adequar ao programa. Eu gostaria que a gente pudesse compreender melhor o
Veto; da forma que entendi, acho que devemos derrubá-lo, porque dar uma bolsa e
não garantir a conclusão do curso é ruim para o jovem pobre, que cria toda
aquela esperança, expectativa, e depois não tem como se sustentar na universidade.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. João Derly está com a palavra para discutir
o PLCL nº 011/12, com Veto Parcial.
O SR. JOÃO
DERLY: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal; demais Vereadores, público
nas galerias, TV Câmara. Em nome do PCdoB, nós rejeitamos esse Veto, ainda que
parcial, porque entendemos que o Prefeito alega que a Lei inviabiliza a entrada
de novos estudantes no Projeto Unipoa, em função da renovação da bolsa, porque
o Projeto contempla os bolsistas em dois anos. Porém, no Decreto nº 18.120/12,
no art. 12, “as bolsas do Unipoa serão concedidas pelo período de um semestre,
podendo o bolsista renová-la a cada semestre, sucessivamente, até o limite de
semestres que exigir o curso, atendidas todas as disposições deste artigo e os
requisitos do art. 5 deste Decreto”. Então, nós não podemos depender só do
Decreto. Acho que a forma de se manter e oportunizar aos estudantes, aos jovens
de concluírem o seu curso depende de um projeto de lei, e não de um decreto,
porque ficamos no desejo, na boa vontade da Prefeitura. Quando nós temos um
projeto de lei, isso dá mais embasamento, dá mais força. Além disso, nós
defendemos a rejeição desse Veto, porque nós consideramos que é importante
aumentar o percentual de bolsistas do Unipoa e, através disso, nós temos de
rejeitar este Veto.
Então, o acesso à Educação, à qualificação e
elementos humanitários para o desenvolvimento são elementos fundamentais para o
desenvolvimento da nossa Cidade. Então, nós temos que ter este cuidado, e peço
que votem junto conosco, rejeitando esse Veto. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir o PLCL n º 011/12, com Veto Parcial.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, mais uma vez, a
Ver.ª Sofia está tentando explicar o que – desculpe-me – ela não conhece. As
bolsas Unipoa, mais uma vez, uma pena, porque V. Exa., quando eu fiz essa
Emenda, o que foi feito? Nós estamos reduzindo o imposto do ISSQN das
faculdades não filantrópicas, que pagam impostos, reduzindo-os de 5% para 2%, e
esse valor correspondente aos 3%, mais 1% de contrapartida das faculdades, as
faculdades colocariam em bolsas para vários cursos de tecnologia, a metade, e a
outra para não tecnólogos.
Isso funcionou muito bem. Aí, o Ver. Newton colocou
essa Lei, dizendo o seguinte: houve uma mudança em alguma universidade,
especialmente na UniRitter, que antes era filantrópica, e foi vendida para um
grupo internacional, o Laureate. Então, deixou de ser filantrópica, passando a
pagar imposto.
Realmente, as bolsas cresceram. Hoje, são
aproximadamente 600 pessoas que têm bolsas da Prefeitura, chamadas bolsas
Unipoa – 600 alunos carentes –, nos mesmos moldes do ProUni das faculdades
particulares.
O que o Ver. Newton colocou? Colocou o seguinte: a
UniRitter, diz a Lei que é no mínimo 4%. Aliás, diz a Lei que é de 4%. Mas a
UniRitter quer dar mais bolsas. Ótimo! Sem nenhuma redução de impostos, quer
dar mais bolsas. Por quê? Por que estão sendo tão bonzinhos? Porque tem alguns
cursos que não têm muita procura, Ver. Nereu, e eles precisam justificar
perante o MEC. Então eles têm interesse em fortalecer os cursos deles, porque
as bolsas, normalmente, não são de 100%. Normalmente, são de 50%, porque 50%
reduz do imposto, e 50% o aluno paga. Então, tínhamos o problema de que as
bolsas eram semestrais, porque havia outros que estavam entrando, aí algumas
pessoas concluíam o semestre e não tinham a garantia de continuar o curso.
Então, o Governo colocou um Decreto dizendo “não, tem o direito de continuar o
curso”. Diz assim: “As bolsas Unipoa serão concedidas pelo período de um
semestre, podendo o bolsista renová-la a cada semestre, sucessivamente, até o
limite de semestre que exigir o curso, atendidas todas as disposições”...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: ...Então, o que o Vereador Newton
fez? Colocou a palavra “mínimo”: as bolsas terão no mínimo de 4%. Se a
faculdade quiser dar mais bolsas, ela pode, e não influi na redução de imposto
que ela já tem. Só se quer dar mais bolsas, e isso é importante para nós. Só
que o Ver. Newton colocou as palavras: “dar preferência a quem já foi
bolsista”, ou seja, a quem já concluiu o curso e quer entrar em outro curso. Aí
o Prefeito vetou essa parte, não dando preferência para essas pessoas que já
tiveram bolsas para fazer o segundo curso, para não tirar o lugar dos outros,
porque tem fila para entrar!
Então, veja, uma pessoa que já se beneficiou, Ver.
Nereu, dá lugar para outro se beneficiar, pois já tem um curso superior. Então,
é somente isso, o Prefeito vetou essa preferência ao segundo curso, ao receber
bolsa para o segundo curso, é somente isso, Ver. João Derly.
Então, tem um decreto que garante? Sim, e não
precisamos estar fazendo uma lei. Vamos fazer uma lei para ampliar isso, e se a
faculdade quiser dar 10%, ótimo, pois estarão permitindo que esses alunos
carentes recebam mais bolsas de estudo, e isso é fundamentalmente importante. O
Prefeito vetou a parte que contempla esses alunos que já concluíram um curso,
Ver. Ferronato, não dando preferência para que eles façam outro curso em
prejuízo a essas outras pessoas que querem ter o acesso a essas bolsas da
Prefeitura. Quem é a favor da educação tem que aplaudir o senhor Prefeito por
esse Veto. Eu sou a favor, e acho que está correto o Sr. Prefeito.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Requerimento): Gostaria que o Ver. João Carlos Nedel retirasse a
expressão “mais uma vez vem explicar o que não sabe”. Porque o texto explícito
do Projeto vetado fala em ex-bolsista. E eu afirmo aqui que tem muitos alunos
frequentando que são ex-bolsistas, ou seja, receberam o incentivo num semestre,
dois semestres, mas perderam a bolsa. Portanto, a expressão “ex-bolsista” pode
se referir a alguém que concluiu o curso ou a alguém que não concluiu o curso,
Ver. Nedel. E todas as vezes que V. Exa. defendeu essa matéria, foi dizendo: “É
para os meninos concluírem os cursos”. Eu apenas gostaria que o Vereador
recolocasse a verdade na sua manifestação, porque ele foi desrespeitoso,
desleal, e mentiu na sua fala.
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Está registrado o seu Requerimento e a senhora terá
oportunidade de se manifestar quando do encaminhamento da votação da matéria.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Não estou de acordo. Não sou mentiroso, e a Ver.ª Sofia Cavedon é useira
e vezeira em querer ser contra as várias proposições. Quero dizer que a senhora
está me chamando de mentiroso e isso é uma inverdade. E a senhora tenha mais
respeito também. A senhora veio aqui dizer que nós temos que ter respeito às
meninas, e eu estou de acordo, agora, as meninas também tem que ter respeito
aos homens.
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Vamos manter a paz no plenário.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Quero aproveitar este momento em que estamos falando de educação para
fazer uma homenagem a um operário que guardava carros no Centro de Porto
Alegre, semi-analfabeto, e que, hoje, recebeu o seu diploma de Técnico em
Segurança em Medicina do Trabalho aos 53 anos de idade. E agora, no momento em
que estamos discutindo a educação, ele veio aqui mostrar esse diploma à Câmara
de Vereadores. É o Sr. Paulo Ricardo da Silva Nardon. Ele me pediu emprego, e
eu o mandei estudar. Então, ele me trouxe hoje o diploma de Técnico em
Segurança do Trabalho, e eu disse a ele que vou convidá-lo para visitar a
Câmara, já que ele é um Técnico de Segurança.
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Parabéns, Sr. Paulo.
Encerrada a discussão. Em votação nominal o PLCL nº
011/12, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 06 votos SIM, 14 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Parcial.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1216/11 – VETO
TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/11, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
obriga a instalação de torneiras que dispensem o contato das mãos para o seu
fechamento em todos os banheiros acessíveis ao público geral.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela manutenção
do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 02-03-13
(sábado).
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em discussão o PLL nº 035/11, com Veto Total.
(Pausa.) A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para discutir o PLL nº 035/11,
com Veto Total.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu venho a esta
tribuna encaminhar pela Bancada do PCdoB, Ver. João Derly, a rejeição a esse
Veto. Esse Projeto do Ver. Elias Vidal propõe que nos banheiros com acesso
público, as torneiras encerrem seu fluxo sem o toque, sem o contato físico das mãos.
Eu defendo a rejeição ao Veto por achar esse Projeto muito interessante, muito
bom sob a ótica da Saúde pública e do meio ambiente. Primeiro, acesso público
são os lugares de acesso ao público, sejam eles públicos ou privados. O
legislador pensou em todas as possibilidades, não é apenas a Prefeitura que tem
que respeitar uma lei. Enfim, se o Mercado é de responsabilidade da Prefeitura,
os shoppings são privados, o Vereador estendeu a todo o acesso público. Há duas
questões aqui: uma, sob o ponto de vista da economia de água – e isso dialoga
com a questão ambiental e a preservação dos nossos recursos hídricos, pois,
quanto mais economia de água, nós, com certeza, estaremos contribuindo com o
nosso meio ambiente, com a preservação ambiental e com um dos elementos
estratégicos que é a água – e a segunda, sob ponto de vista da Saúde pública,
cujo Projeto pensa acertadamente – e eu falo como farmacêutica – em evitar a
proliferação de germes, como, por exemplo, bactérias de infecção hospitalar,
como também o H1N1, que são germes que se fixam em superfícies lisas, como uma
madeira, como a própria pia. Então, eu vejo uma ação neste
Projeto de transversalidade entre saúde pública e meio ambiente, ou seja, é o
exemplo concreto de um Projeto para a qualidade de vida.
O Prefeito vetou com
dois argumentos: um, porque o Projeto dizia respeito à organização
administrativa do Município. Eu não concordo; eu acho que a Câmara Municipal
pode e deve legislar, não há óbice legal; houve Parecer favorável da Comissão
de Constituição e Justiça e houve Parecer favorável da Procuradoria da Câmara.
Ela pode e deve legislar em função da saúde pública, senão nós também não temos
função de contribuir para a saúde pública e qualidade de vida. Ela está
legislando pela Cidade. Eu acho que, quanto aos Pareceres favoráveis, não há
óbice legal. Esse argumento não me convence.
O outro argumento
também não me convence, o de que é um custo para a Prefeitura. Aqui eu quero
colocar uma questão que nós devemos discutir nesta Câmara – Ver. Nereu D'Avila,
a gente já se encontrou há 30 anos aqui –, que é a questão da relação
custo-benefício. Eu acho que se nós pensarmos sob o ponto de vista da saúde
pública e do meio ambiente, nós teremos muito mais benefícios do que custo.
Isso não é custo, é investimento!
O que eu acho que o
Prefeito deveria ter feito, ao invés de vetar um bom Projeto como este...
Parece-me um pouco de falta de vontade ou falta de conhecimento de quem
orientou o Prefeito. Poderia ter apresentado a regulamentação, através de uma
lei, com prazos, tanto para o Poder Público quanto para o setor privado –
prazos no sentido de regularizar a situação.
É um bom Projeto que
esta Casa fez, e eu venho aqui encaminhar, em nome da nossa Bancada, pela
rejeição ao Veto. É um Projeto que permite que esta Casa também contribua com a
Administração Pública. Eu acho que é nosso dever, e o Projeto do Ver. Elias
Vidal, no nosso entendimento, deveria ser um Projeto aplicado na cidade de
Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Prof.
Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 035/11, com Veto Total.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa-tarde a todos os
presentes; Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal; colegas Vereadores e
Vereadoras, gostaria de fazer um pequeno comentário para complementar a fala da
Ver.ª Jussara Cony, que achei extremamente boa e muito pertinente. Os dois
pontos levantados foram fundamentais: economia de água, a questão de
sustentabilidade, a preservação de recursos naturais na nossa Cidade nunca devem
ser esquecidos.
Gostaria de destacar também uma questão que se
refere à Saúde. Vivemos num Estado que tem o clima classificado com
subtropical, aquele que tem duas estações do ano bem definidas: um verão
quente, um inverno frio e dois períodos de transição, que nós nomeamos,
singelamente, de primavera e outono, mas são duas transições. Tradicionalmente,
pelo menos nos últimos anos, nós temos, no verão, na estação quente, epidemias
de dengue, como essa que estamos vivenciando, ou pelo menos estamos percebendo
o seu início. E, tradicionalmente, na estação fria, no inverno, nós vemos
acontecer de forma constante epidemias de gripe – a Gripe A (H1N1), que é uma
ameaça.
Nós temos aqui representantes de todos os Partidos,
da oposição, da situação, e todos estamos cientes dos problemas de saúde e do
risco de vida que essa doença traz para a nossa população: a Gripe A mata; a
Gripe A não é brincadeira. Mas o que poucas pessoas da população sabem – muitas
desconhecem por pura falta de informação técnica – é que maior parte das
contaminações por essa doença não se dá pelas vias aéreas, como principalmente
se diz: nos bancos de ônibus, nos finais de linhas... As pessoas acham que se
pega gripe principalmente através do ar, respirando ar contaminado numa sala
fechada, refrigerada por ar-condicionado; mas não é. A Gripe A, assim como
outras gripes, é transmitida principalmente através da introdução de secreções
corporais contaminadas em mucosas. Portanto, se uma pessoa tosse e está
contaminada, a saliva dela, com o vírus da gripe, pega na sua mão e, ao
manusear um objeto, esse vírus será colocado no objeto em questão: numa
bancada, no cabo de um microfone, como por exemplo, o Ver. Engº Comassetto, que
gosta muito manuseá-lo nos seus pronunciamentos. Isso é veículo de contaminação,
e em cabos de faca, de colheres, também em torneiras. Ao manusearmos uma
torneira, podemos introduzir, colocar na sua superfície, alguns agentes
infecciosos que poderão ser transmitidos para uma outra pessoa. As torneiras de
fluxo automático ajudariam também a prevenir a disseminação de várias doenças,
como a Gripe A.
Portanto, preocupa-me essa situação, esse Veto.
Falo em meu nome e também em nome do Ver. Pedro Ruas. Conversamos anteriormente
sobre esta matéria, e a nossa posição é a mesma: temos bem claro na nossa
consciência que essas torneiras, além de diminuir o consumo de água, também vão
diminuir a disseminação de muitas infecções. Ganha a população, ganhamos todos
nós, e acredito sinceramente que o nosso Secretário de Saúde também agradecerá
muito por essa medida. Um grande abraço. Boa-tarde a todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Encerrada a discussão. Em votação nominal o PLL nº 035/11, com Veto Total. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) REJEITADO por
05 votos SIM e 18 votos NÃO. Mantido o Veto Total.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0650/12 – VETO
TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 055/12, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que
cria, nos parques e nas praças do Município de Porto Alegre, os Slackpoints (áreas de fixação),
equipamentos públicos destinados à prática de slackline (fita de equilíbrio).
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Alberto Kopittke: pela
manutenção do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela
manutenção do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Alceu Brasinha: pela manutenção do Veto Total;
- da COSMAM. Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela manutenção
do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
– art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 28-02-13 (quinta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em discussão o PLL nº 055/12, com Veto Total. O
Ver. João Derly está com a palavra para discutir o PLL nº 055/12, com Veto
Total.
O SR. JOÃO
DERLY: Boa-tarde, Sr. Presidente, em nome da Bancada do PCdoB, nós vamos,
infelizmente, ter que rejeitar o Projeto do Ver. Nelcir Tessaro, e aceitar o
Veto. Este Projeto cria nos parques e nas praças do Município de Porto Alegre
os slackpoints, áreas de fixação e
equipamentos públicos destinados à prática de slackline, que é uma fita de equilíbrio ou a corda bamba, e neste
intuito, juntamente com o meu amigo e ídolo do futebol, Ver. Tarciso Flecha
Negra, fizemos um Projeto que cria, nos parques e nas
praças do Município de Porto Alegre, os slackpoints.
Como a Lei do Ver. Tessaro caiu no óbice, prontamente conversei com o Ver.
Tarciso sobre se faríamos um projeto de indicação para o Executivo, para a
criação, porque é importante garantir esse espaço. É um esporte que vem se
desenvolvendo na nossa Cidade, no País, no mundo, e a nossa juventude não pode
ficar atrás, tem que haver um espaço destinado para a sua prática. Com esse
intuito, eu e o Tarciso já protocolamos o Projeto. Esperamos que o Executivo
tenha a boa vontade de proporcionar à nossa juventude um espaço para a prática
desse esporte, que eu já tentei praticar, apesar de não ter muito equilíbrio,
mas que tem ganhado muitos adeptos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 055/12, com Veto Total.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador que preside
os trabalhos; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, este é o último Veto, então eu
me deterei menos ao conteúdo. Acho que é uma proposta diferenciada e inovadora,
não está generalizada, e nós estamos aqui exatamente para alargar horizontes,
Ver.ª Séfora. Devemos proporcionar, Ver. Tarciso, todas as experiências motoras
possíveis de esporte e de cultura, muito mais do que entretenimento. Eu defendo
a iniciativa no conteúdo, mas quero também falar o que a Ver.ª Jussara Cony já
trouxe, e ponderar aqui ao Ver. Airto Ferronato, Líder do Governo – gostaria
muito que fosse o nosso Líder da oposição –, sobre a forma como o Executivo se
relaciona com esta Casa. Hoje nós tivemos um conflito do próprio Executivo com
um Vereador da base. E são vários os momentos em que iniciativas da própria
base – daí não falo só de oposição – do Governo são vetadas pelo Executivo. Eu
não acredito numa democracia em que a hegemonia – autocracia, vamos dizer assim
– do Executivo se manifeste dessa maneira tão incontestável, e o poder de veto
é exercida de maneira tão alargada. A nossa Constituição Brasileira, o Estado
Brasileiro está assim constituído, é verdade. Nós, do Parlamento, não podemos
determinar gastos para o Executivo; o Executivo é superpoderoso, é um modelo
que eu gostaria que fosse mais horizontal e mais pulverizado. Talvez errássemos
todos menos, todos os governos, o de oposição e o de situação, se não houvesse
tamanha concentração de poder no Poder Executivo.
Nós, na Câmara, temos
vivido isso frequentemente: iniciativas legislativas são vetadas com argumentos
burocráticos, com argumentos legalistas, com argumentos de vício de origem, com
argumentos de toda a ordem. Nós vamos enfrentar vetos – eu tenho vetos que nós
enfrentaremos mais para o final de março – que eu já trago para o debate. Eu já
conversei com o Ver. Pujol, Presidente da CCJ; já conversei com o Ver. Airto, e
já marquei com o Vice-Prefeito Sebastião Melo, porque ele vem do processo
legislativo, e são dois vetos. Há projetos que não nasceram de uma ideia ou de
um start em algum momento, como a
maioria dos projetos aqui vetados. Esta Câmara é instada a entrar em um
problema, esta Câmara se dedica a um debate de ideias, procura encontrar saídas
e soluções, propõe na forma – que é o instrumento que nós temos – de
Legislação. A Legislação consolida, torna concreta uma iniciativa, uma pauta,
uma luta que o mandato – não o Vereador – incorpora. E o mandato de todos aqui
eleitos não é restrito a uma pessoa e suas ideias brilhantes, é sempre
resultado de uma inserção social, de um compromisso social, de uma manifestação
social, porque, senão, não venceria a barreira do voto. Portanto, eu acho que nós
temos que nos colocar com um pouco mais de firmeza em relação ao Executivo,
estabelecendo um debate de outra grandeza em relação ao Executivo, que deve ser
mais permeável às iniciativas do Legislativo. Via de regra, essa é minha
opinião. A posição proposta pelo Ver. Elias Vidal é boa. É cara? É cara, mas é
uma modificação progressiva. A proposta do Ver. Tessaro de possibilitar esse
tipo de esporte é boa, são iniciativas boas. Por que esse Veto generalizado por
parte do Executivo?
Eu gostaria de fazer aqui uma reflexão. São novos
Vereadores, verão que serão atingidos por essa postura se nós não alterarmos
essa metodologia e não exigirmos respeito do Executivo. Respeito, eu falo,
inclusive na relação que nós, Vereadores, temos que ter entre nós, Ver. Nedel,
por isso fiz aquela observação. Às vezes, a gente não tem argumento e tenta
desclassificar, tirar a razão do outro Vereador. Acho que todos nós aqui
tomamos iniciativas e temos votos por razões pensadas e construídas, e
precisamos ser respeitados. Eu agradeço, Waldir Canal, nosso Presidente dos
trabalhos, pela tolerância, faço essa reflexão, e digo, por isso, que voto pela
derrubada desse Veto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Tarciso Fecha Negra está com a palavra para
discutir o PLL nº 055/12, com Veto Total.
O SR. TARCISO
FECHA NEGRA: Presidente, Vereadores, Vereadoras, é rápido. É só para dizer que um
esporte chega ao nosso País, e a gente não conhece, então, ignoramos aquele
esporte. É a primeira coisa que se fala: “Não, esse é um esporte que leva à
maconha, crack”. A gente, às vezes,
desconhece, assim como eu, passando pelo Marinha do Brasil, porque eu caminho
muito ali no Gasômetro, parei para ver esse esporte. Interessante o esporte,
Prof. Alex: o equilíbrio, tudo isso tem ali naquela corda, e a gente vê no
circo. Então, nós temos que valorizar. Que bom que esse esporte está chegando
ao nosso País e às nossas praças! Vamos valorizar. É um esporte que não requer
espaço grande, como uma quadra poliesportiva – o próprio futebol, o vôlei, o
basquete –, é um pedaço bem pequeno onde a garotada toda se diverte, porque,
muitas vezes, tem crianças ou adolescentes que não gostam de futebol, que não
gostam do basquete, mas gostam de andar de skate.
Com o skate era assim também, foi
difícil de o Brasil aceitar o skate,
e hoje ele está na televisão.
Então, a minha defesa aqui é muito rápida, a minha
defesa é a defesa do esporte. O que está sendo colocado ali é lazer para essas
crianças, para esses jovens, nada mais do que isso, gente! Eu acho que nós
temos que contemplar e ficar alegres, João Carlos Nedel, por uma praça ter
outros esportes para que as crianças e os jovens possam se divertir, e, além de
tudo, isso traz aquele chamado social companheirismo. Companheirismo! Essa
palavra é muito importante na vida de qualquer ser humano; assim como o
futebol, qualquer esporte traz companheirismo. E é isso que esse esporte vem
acrescentar para o nosso País, que nós chamamos de País do Futebol, de País do
Esporte, mas não está parecendo que é o País do Esporte porque está limitando o
esporte. Nós queremos só futebol? Não, queremos ser o País do Esporte. Nós
vamos sediar, daqui a pouco, a Copa do Mundo e, no ano de 2016, as Olimpíadas,
que traz todos os gêneros de esporte. Então, vamos aplaudir mais um esporte que
chega, que já tem muitos adeptos. É só ir ao Parque Marinha, aos sábados e
domingos, que vocês poderão observar. Eu parei para olhar, as pessoas estavam
conversando: “Eu faço, eu não consigo...” Isso se chama companheirismo. É
importante o esporte para o País!
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 055/12, com Veto Total.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; eu vejo aqui o nosso
Líder do Governo tranquilo, passou bem no primeiro teste, os Vetos foram
aceitos; cumprimentos! Neste último item que nós estamos votando, vejo que o
Veto foi realmente por vício de origem. Com relação a esse esporte – o Ver.
João Derly e o Ver. Tarciso sabem –, não sei qual é o risco de se colocarem
esses elásticos, essa corda bamba. Se for uma criança destreinada lá, ela não vai
cair? Eu acho que vocês mesmos, que são desportistas, que conhecem isso, é que
deveriam, na hora do Projeto, mostrar se há ou não há risco, se há
possibilidade de se fazer isso com acompanhamento. Creio que é necessário um
pouquinho mais de esclarecimento até para o Executivo – e para os Vereadores
aqui também – para dizer, por exemplo: “Olha, esse esporte tem esse risco para
crianças até 14 anos, 15 anos”. Ou: “Só deve ser praticado com alguém que
entenda da matéria, que dê um pequeno treinamento antes para que não aconteça
alguma coisa”. Sabem como é a criança, criança é curiosa, se a gente deixar à
disposição isso num parque, pode acontecer um acidente, e não queremos que isso
ocorra. Eu acho que todas as iniciativas que visam a incentivar a prática de esportes
devem ser aplaudidas, todas elas. Eu não vejo nenhuma iniciativa que tenha a
finalidade de incentivar o esporte que não deva ser aplaudida.
Quanto aos Vetos, Ver.ª Sofia Cavedon, nisso nós
estamos de acordo. Há muitos Vetos, tanto é que nós estamos acompanhando que,
no Congresso Nacional, tem mais de três mil vetos para serem discutidos. Graças
a Deus que a nossa Câmara de Vereadores discute, e nós não temos nem um
montinho de Projetos represados. Nós estamos discutindo, aprovando, rejeitando
ou aceitando os Vetos, mas nós votamos. A nossa Câmara de Vereadores já está
iniciando bem o ano, ao contrário da nossa Câmara Federal, do nosso Congresso
Nacional, que deixou chegar ao absurdo de mais de três mil Vetos. E o pior: não
são só três mil Vetos; são Vetos que, se forem rejeitados, causarão verdadeiros
rombos aos cofres públicos, causarão prejuízos enormes. Então, queria
cumprimentar os meus Pares, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre por não
deixar chegar a esse ponto. Nós podemos votar a favor ou contra, mas nós
votamos, e sobre isso eu quero me congratular com todos os meus colegas. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. João Derly, escuto Vossa Excelência.
O SR. JOÃO
DERLY: É rapidinho, só uma resposta para o Ver. Idenir Cecchim. Claro que a
gente tem que ter um cuidado muito grande com a segurança das crianças e dos
jovens, mas todo o esporte gera um risco. Assim como o futebol, o judô,
diversos esportes como esqueite, todos acabam gerando um risco. Eu acho que a
gente não pode se deter apenas ao risco. Temos grandes atletas, ginastas que
praticam slakeline e que muitas vezes
estão instruindo e trazendo novos atletas para esse esporte. Então, eu creio
que o fator segurança não pode ser o fator decisivo.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Foi um esclarecimento.
O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
discutir o PLL nº 055/12, com Veto Total.
O PROF. ALEX
FRAGA: Boa-tarde novamente a todos. Eu achei louvável a iniciativa do Ver.
Nelcir Tessaro, que propôs este Projeto. É muito bacana; nós devemos sempre
estimular a prática desportiva e a educação das nossas crianças.
Nós sabemos, principalmente aqueles que trabalham
com crianças – eu sou professor, o Tarciso também participa de projetos sociais
–, que existem alguns fatores que predispõem uma criança a ingressar na
criminalidade: o descaso da família, o descaso das autoridades públicas. E a
educação e o esporte podem salvar boa parte dessas crianças que estão à mercê
do crime. Então, toda a alternativa que vise a estimular a prática desportiva
deve ser incentivada. Isso é uma preocupação que deveria perpassar por todos,
independente de bancada, independente se é governo, independente se é oposição,
situação, seja lá o que for. Devemos nos preocupar com o futuro de todos nós,
que são as nossas crianças.
Nessa prática desportiva eu nunca me arrisquei. O
João Derly, Vereador, colega, já se arriscou. Eu nunca me arrisquei. Eu tenho
medo de altura, portanto eu não subo naquela cordinha. É baixinho, mas sabe
como funciona, não é? Vá saber o jeito que vai cair. A questão não é essa. A
questão é: para essa prática desportiva, dois pilares devem ser utilizados, e
atualmente se utilizam árvores. Árvore não é o local adequado, porque às vezes
a pressão do corpo da pessoa sobre a corda faz com que a árvore comece a
balançar, um galho pode cair na cabeça do cidadão. Então, é uma questão de
segurança com os praticantes dessa atividade que deve também ser vista. O
Tarciso Flecha negra destacou isso muito bem: isso é simples e barato. São dois
postes pequenos em que se amarra a cordinha e a pessoa fica ali se
equilibrando. Isso é barato, é prático e não requer uma alta complexidade nem
muitos recursos. Essas atitudes baratas que podem ser tomadas pela Prefeitura
devem ser utilizadas, são racionais, são coerentes. Nós percebemos, na época de
eleição, muitas promessas: o candidato se preocupa com a educação, com o meio
ambiente, em tirar as crianças das drogas, em dar um melhor futuro para as
nossas gerações. Quando colocamos na prática, percebemos no painel de votação,
que muitas pessoas, na verdade, que pregavam estar a favor dos nossos jovens, a
favor do esporte, da educação e da cultura, se manifestam contrários. Isso é um
absurdo! Tenhamos coerência entre a nossa fala e a nossa prática. Não é questão
de ser oposição ou situação, mas de termos coerência, de honrarmos os votos que
recebemos e mostrar realmente quem somos nós. Muito boa tarde a todos.
Sofia Cavedon, que preside os trabalhos, deixo
liberada a tribuna para votação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Presidente. Com relação à fala do Ver. Prof. Alex, nesse
esporte, a corda vai continuar sendo amarrada nas árvores, e ali existe perigo.
O que o Projeto quer fazer é dar segurança para que as pessoas possam praticar
esse esporte de uma forma segura. Obrigado.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerrada a discussão. Em votação nominal o PLL nº
055/12, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 05 votos SIM, 15 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto Total
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 17h26min): Encerrada a Ordem do Dia.
Apregoo
o Ofício nº 048/13, de autoria do Ver. Professor Garcia, que informa que estará
ausente no dia 28 de fevereiro de 2013, em virtude de reunião no Conselho
Federal de Educação Física, em Brasília, sem ônus para a Casa.
Apregoo Memorando nº 012/13, de autoria do Ver. Dr.
Thiago, que solicita representar esta Casa no dia 3 de março de 2013, na cidade
de Carazinho. O assunto a ser tratado é a cerimônia de entrega do Troféu Brasil
– Expodireto às personalidades e entidades destaques do agronegócio em 2013.
Apregoo Memorando nº 011/13, de autoria do Ver. Dr.
Thiago, que solicita representar esta Casa no dia 28 de fevereiro de 2013, a
partir das 13h, na cidade de São Borja. O assunto a ser tratado é a
participação nos eventos alusivos ao nascimento do Presidente João Goulart.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1752/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 136/12, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
institui, no Município de Porto Alegre, a campanha educativa Multa Moral.
PROC.
Nº 2189/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/12, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
inclui Seção I, com os arts. 30 a 37, e Seção II, com arts. 37-A, 37- -B e
37-C, no Capítulo VI-A da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e alterações posteriores,
dispondo sobre a colocação de veículos de divulgação em edificações destinadas
às atividades constantes do Anexo 5.3 da Lei Complementar nº 434, de 1º de
dezembro de 1999 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA)
–, e alterações posteriores, e dando outras providências.
PROC.
Nº 2594/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/12, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Flávio Lúcio Scaf.
PROC. Nº 0677/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/13, que
altera o parágrafo único do art. 20, os arts. 26 e 27 e inclui art. 26-A, todos
da Lei Complementar nº 677, de 19 de julho de 2011 – que altera os arts. 4º e
44 e o Anexo I e inclui arts. 36-A, 37-A e 43-A na Lei nº 6.309, de 28 de
dezembro de 1988, e alterações posteriores, criando o grupo ESM – Especialidade
Médica e as classes de cargos de provimento efetivo de Médico Especialista e de
Médico Clínico Geral, extinguindo a classe de cargos de provimento efetivo de Médico
e dando outras providências; altera o art. 37 da Lei Complementar nº 133, de 31
de dezembro de 1985, e alterações posteriores; revoga o art. 1º e altera o art.
2º da Lei nº 10.959, de 7 de outubro de 2010, e alterações posteriores; e dá
outras providências –, dispondo sobre regime especial de trabalho e
Gratificação de Incentivo Médico (GIM) de servidores detentores de cargos
efetivos de Médico Clínico Geral ou Médico Especialista.
PROC. Nº 0768/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/13, que
revoga o art. 42 da Lei Complementar nº 663, de 28 de dezembro de 2010.
PROC. Nº 0773/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/13, que
institui Áreas Especiais de Interesse Social, na categoria de AEIS III e define
regime urbanístico, que visa atender à Demanda Habitacional Prioritária (DHP),
para atendimento aos reassentamentos vinculados às obras da Copa de 2014, na
forma da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, modificada pela
Lei Complementar nº 646, de 22 de julho de 2010, e dá outras providências;
altera as Subunidades 01 da MZ 04 (UEU 040) e inclui as Subunidades 14, 15, 16,
17, 18 e 19 (anexos 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6); altera a Subunidade 09 da MZ
04 (UEU 020) e inclui Subunidade 18 (anexo 2); altera a Subunidade 01 da MZ 01
(UEU 080) e inclui Subunidade 12 (anexo 3); altera a Subunidade 01 da MZ 04
(UEU 030) e inclui a Subunidade 024 (anexo 1.7); altera a Subunidade 01 da MZ
04 (UEU 026) e inclui a Subunidade 07 (anexo 4); altera a Subunidade 01 da MZ
01 (UEU 086) e inclui a Subunidade 16 (anexo 5), e dá outras providências.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
discutir a Pauta (Pausa.) Desiste.
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, eu considero este período da Sessão o mais importante do período. É
evidente que, aparentemente, a discussão preliminar sobre os assuntos
constantes na Pauta, às vezes, pode parecer um tanto quanto despiciente, mas,
na verdade, é o primeiro momento em que temos contato com os Projetos de Lei e,
evidentemente, vale como uma apresentação, uma posição inicial da matéria.
Vejam bem, há alguns projetos relevantes para os quais temos de ter muita
atenção. Entre eles, o primeiro dos Projetos, o PLL nº 165/12, é de autoria do
Ver. Comassetto e tem uma ementa imensa; diz que inclui Seção I, com os artigos
30 a 37, e Seção II, com os artigos 37-A, 37-B e 37-C e alterações posteriores,
dispondo sobre a colocação de veículos de divulgação em edificações destinadas
a atividades constantes do Anexo 5.3 da Lei Complementar nº 434, de 1º de
dezembro de 1999, isto é, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental, e alterações posteriores. Essa Ementa simplesmente não leva à Casa o
entendimento do que está-se tratando. É uma matéria que há de merecer a maior
atenção nossa, porque mexe no Plano Diretor e mexe na regulamentação de algumas
atividades que ocorrem na Cidade e, penso eu, inclusive a famosa antena cega é
objeto de enfoque. Não quero me precipitar, mas muito provavelmente eu enseje.
Mas essa não é a única matéria importante que está
tramitando. Eu nem vou me referir ao Projeto, de minha autoria, que concede a
cidadania de Porto Alegre ao Sr. Flávio Lúcio Scaf,
porque é um Projeto que vai tramitar com tranquilidade, tem o apoio geral da
Casa, e não há que se perder muito tempo com a discussão dessa matéria.
É melhor que a gente encare os Projetos do
Executivo que aqui chegam e que dizem respeito à especialidade médica e à
classe de cargos de provimento efetivo de médico especialista e de médico
clínico-geral na área da Saúde e, como tal, merece uma atenção muito especial,
não só porque o Prefeito tenha colocado a Saúde como a prioridade das
prioridades na sua administração, mas porque todos nós reconhecemos a
relevância dessa atividade no cotidiano da Cidade.
Mas a Pauta vai mais longe, inclusive trazendo uma
disposição – e quero dizer que é o tema de minha preferência, Ver. Janta –, é o
Projeto que institui Áreas Especiais de Interesse Social na categoria de AEIS
III e define regime urbanístico, que visa a atender à Demanda Habitacional
Prioritária para atendimento aos reassentamentos vinculados às obras da Copa de
2014, na forma da Lei Complementar nº 434, modificada pela Lei Complementar nº
646.
Esse Projeto, Vereadora, V. Exa. inclui inclusive
modificações profundas nas subunidades da Macrozona 4, da Macrozona 1, institui
Subunidade 24... enfim, é um projeto de grande profundidade. Ver. Janta, temos
que nos debruçar sobre esse Projeto.
Vereadora-Presidente, já solicito que, no momento
em que eu efetivamente concluir meu tempo, V. Exa. agregue mais cinco minutos à
minha fala, por gentileza, como decorrência do Tempo de Liderança que não usei
neste dia de hoje, reservando-me para, neste período de discussão de Pauta, eu
alongar-me mais sobre matérias que estarão sendo votadas.
É verdade que hoje, Vereadora-Presidente, eu
deveria, necessária e obrigatoriamente, falar sobre esses temas, mas deixo de
falar aqui em Pauta e apenas vou me referir – ainda que agora eu possa
enfrentá-la, porque estou usando o Tempo de Liderança –, anunciar que vou
trazer à Casa uma Moção de Solidariedade com a SMAM, e especialmente a seus
técnicos. Faço-o pela forma com que foi reurbanizada a Praça Daltro Filho, que
hoje recebe críticas nos jornais porque se resolveu, de uma forma inteligente,
evitar que a praça se transforme num dormitório público, com as pessoas
utilizando os bancos dos jardins para pernoitar, quando não para ficarem
dormindo durante o próprio desenvolvimento do dia normal. Evidentemente que é
um tema muito delicado, porque envolve os chamados moradores de rua, em situação
de dificuldade social, e obviamente isso gera, em muitas pessoas, uma
solidariedade muito grande. Eu também tenho solidariedade com essas pessoas,
mas não quero, de forma nenhuma, permitir que, a pretexto de se ter uma postura
humana com os moradores de rua, a gente permita que, mais uma vez, se estrague
aquilo que foi uma luta muito dura e muito consistente que nós e várias outras
lideranças desenvolvemos na área, no sentido de recuperar a Praça Daltro Filho
que todos conhecem como a Praça do Cinema Capitólio, e que hoje está lá,
bonita, há 90, 120 dias. E nós estamos lutando para que continue bonita, limpa,
higienizada e sendo utilizada pela comunidade do bairro, que não é pequena, é
imensa, porque a área é densamente povoada. Por isso não me traio na emoção de
falar sobre os assuntos de Pauta e enfoco essa matéria, hoje retomada pelo
Jornal Zero Hora, numa posição um tanto ambígua, que ora reconhece a
importância do trabalho que ali foi feito, e ora dá oportunidade a algumas
manifestações hostis aos técnicos do Município e à própria Secretaria de Meio
Ambiente Municipal, cujos dirigentes optaram por implementar aquele equipamento
que está sendo condenado por algumas pessoas, mas que nós, que moramos na
periferia da praça, queremos que seja mantida, porque ela é absolutamente
indispensável para que se possa preservar aquele espaço público que obviamente
deve dar acesso a todos, até mesmo aos moradores de rua, mas não privilegiar
ninguém no sentido de transformar a área num albergue do Município na medida em
que pernoitavam nos bancos ali colocados e realizavam outras atividades, outras
necessidades absolutamente incompatíveis com a área de lazer bem instalada como
o foi pela Secretaria do Meio Ambiente do Município.
Trarei na segunda-feira uma proposta objetiva de
uma moção de aplauso, de solidariedade, de comprometimento com essa ação da
SMAM, que defendemos intransigentemente. Não me digam, como alguns já tentaram,
que estamos tomando uma atitude que não é politicamente certa. Ora, no oitavo
mandato eu não ando mais em busca de saber o que é politicamente certo na
opinião dos outros, eu quero saber o que é politicamente certo na minha opinião
pessoal, no meu enfoque. Essa é que tem que ser a posição aqui. Ora, para dizer
aquilo que o senso comum recomenda... Ora, estou com o Nelson Rodrigues neste
particular: essas unanimidades, quando acontecem, geralmente são burras, e eu
não quero ficar na burrice da unanimidade.
Fico grato a V. Exa. pela tolerância, Sra.
Presidente, e concluo essa minha intervenção. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Agradecemos a presença de todos e de todas. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h40min.)
* * * * *